Discurso proferido pelo porta-voz da Fundação 27 de Maio, Lucas Pedro, em saudação ao II Congresso da JURA.
 


Excelentissímo Senhor Presidente da UNITA, Dr. Isaías Samakuva;

Excelentissímos membros da Comissão Permanente da UNITA,

Ilustres Candidados ao cargo de Secretário Geral da JURA;

Caros Delegados ao Congresso da JURA;

Minhas Senhoras e meus Senhores;

 

Em nome do presidium da Fundação 27 de Maio, dos filiados e do meu próprio, cabe-me a honra de apresentar as mais vivas saudações, e ao mesmo tempo desejar que este magno acto, decorra num ambiente de irmandade e de concordância.

 

Em qualquer sociedade, a Juventude é a força motora e dirigente, capaz de operar em qualquer mudança que se impõe; para isso, é necessário ter em linha de conta, o homem no centro de todas atenções.


É a primeira vez, desde que o nosso pobre país tornou-se independente, uma organização juvenil – com a dimensão da JURA – dá um grande exemplo, sobre a democracia. Ao contrário de outros que andam por ai.

 

Prezados candidatos, a JURA neste exacto momento precisa de conquistar o seu espaço. E a UNITA, de certeza, tem avançado muito ao perceber que juventude não é uma caixinha isolada e que deve ser levada em conta na construção das políticas gerais e estruturantes do país. Razão pela qual, estamos hoje aqui neste exacto momento.

 

A liberdade não se oferece, conquista-se. Razão pela qual, os nossos mais-velhos lutaram contra o colonialismo português, tendo resgatado a pátria, que infelizmente ainda não usufruímos os benefícios decorrentes da luta, assistindo assim, um pequeno grupo à ostentar riquezas de todos nós.

 

A JURA, nesta hora de luta de democratização das instituições e do país, precisa de congregar no seu seio, jovens com príncipios etico-morais para poder galvanizar a junvetude angolana no geral, rumo a implementação do programa de Muangai, honrando assim, a memória do seu líder fundador, o lendário Dr. Jonas Malheiro Savimbi.

Caros presentes;


Compreender a situação da juventude e reconhecer sua dimensão estratégica significa criar as condições para formar uma geração capaz de disputar e dar continuidade aos avanços políticos, sociais, econômicos, culturais, científicos e ambientais que o país necessita.
Hoje, a juventude lidera o quadro populacional do país. O que dizer, por exemplo, em caso de eleições são mais jovens que votam. Somos nós que escolhemos o nosso líder. Trata-se, portanto, da maior oportunidade para converter o bônus demográfico em factor para o desenvolvimento como questão estratégica.

 

Além disso, a juventude é o contingente mais afectado pela gravidade das desigualdades sociais.

 

O desafio deve tornar-se oportunidade de uma vida melhor para os jovens de hoje e para o conjunto da sociedade amanhã. O Estado deve garantir às classes populares as mesmas condições e oportunidades que os jovens mais abastados têm para viver sua juventude. Mas, o nosso não o faz.


Quando a fortuna nos surpreende e nos dá um ilustre posto, sem que a ele cheguemos por degraus, ou sem que a ele nos tenhamos elevado com as nossas esperanças, é quase impossível ali ficarmos bem e parecermos dignos de o ocupar.

 

A covardia coloca a questão, `É seguro?´

O comodismo coloca a questão, `É popular?´

Mas a consciência coloca a questão, `É correto?´

E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não
é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.


Sendo esse um nível por demais estratégico para galvanizar mudanças, sem dúvida vai ser imprescindível que os braços juvenis da UNITA percebam que estamos na hora da viragem, que devem ser proactivos neste processo, a fim de conferir maior abertura ao processo de viragem. Essa proactividade deverá ser caracterizada por uma alteração significativa no seu “modus operandi”, iniciando uma ruptura completa com a sua forma amorfa de reagir na luta pelos assuntos da juventude, aproveitando todos os encontros partidários para reclamar, discutir e, sobretudo, propor alternativas que possam responder aos anseios da juventude à escala nacional.

 

É pouco perceptível que se construa uma geração da viragem, sem que antes se crie uma Política da Juventude que esteja verdadeiramente à altura dos propósitos da juventude no que respeita à habitação, ao emprego, acesso ao ensino, na luta contra o HIV/SIDA, alcoolismo, etc. Do nosso ponto de vista, a criação de uma política em que estejam enquadrados todos estes elementos em forma de protecção e promoção do interesse dos jovens acabará por constituir as bases reais para construção duma consciência nacional sobre a causa da juventude.

 

Ainda neste quadro teremos que questionar o papel do Conselho Nacional da Juventude para aglutinar os anseios da juventude, assim como o seu papel na construção da Geração de Viragem. Podemos afirmar com clareza que constituí um obstáculo a concretização desse objectivo o facto do CNJ ainda não conseguir afirmar-se como a alavanca promocional do debate dos assuntos da juventude, pelo facto de estar de forma sequenciada a não criar mecanismos para fazer chegar junto do público alvo a sua agenda central, correndo o risco de ser mais uma direcção votada ao fracasso.

 

É verdade que a grande responsabilidade da criação da Geração da Viragem, reside nos jovens, mas é preciso estarmos conscientes de que o sucesso dos jovens para esse objectivo, não se limita apenas nos discursos do Presidente da República. A sociedade em geral deverá contribuir para que esse desiderato da construção duma geração que tem por missão combater a pobreza, seja materializado, sem no entanto abdicarem desse objectivo que sem dúvida só poderá ser alcançado se todos fizerem parte desse projecto.

 

Caros candidatos à cargo de secretário-Geral da JURA, gostariámos que este certame decorresse sob o lema: QUEM GANHA, NÃO GANHA TUDO E QUEM PERDE NÃO PERDE TUDO, o que significa dizer, o único vencedor é a UNITA, porque os homens passam e a organização continua.


Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer coisa alguma, encontra uma desculpa, porque o momento é sempre adequado para fazer o certo. Pessoas oprimidas não podem permanecer oprimidas para sempre. Mesmo as noites completamente sem estrelas, podem anunciar a aurora de uma grande realização.

 

Porque os objectivos últimos da revolução, exigem do militante sacrifícios e opções que o colocam permanentemente na fronteira entre a vida e a morte. (Nito Alves)


Muito obrigado!

Fundação 27 de Maio, aos 17 de julho de 2010