Luanda -  O meu nome apareceu subitamente na praça pública, vindo do nada, associado a situações fantasiosas, totalmente inventadas e claramente ofensivas da minha honra e bom-nome profissional. Se fosse apenas uma questão pessoal, nem sequer perdia tempo e muito menos ocupava este espaço.

 

Fonte: JA


ImageO problema é que os ataques baixos que me são dirigidos visam sobretudo o Jornal de Angola. E aqui o caso muda de figura. Porque me confiaram a missão de gerir a empresa que o edita, que tem mais de mil trabalhadores e as suas famílias, e fazer um jornalismo de referência nos três títulos que produz e distribui.


O jornal “O País” tem-se destacado, de algum tempo a esta parte, como o “pivot” da concorrência selvagem contra o Jornal de Angola, não hesitando em lançar mão de mentiras e calúnias para desacreditar este órgão de informação e os gestores da empresa que o edita. Outros menos responsáveis seguem-lhe os passos ínvios. Mas todos afinam pela mesma omissão: nunca nos ouvem, como mandam as boas práticas jornalísticas.

 

Por isso, somos forçados a fazer valer as nossas razões neste espaço. Nas últimas semanas vieram a público notícias segundo as quais os editores deste jornal eram por mim tratados sem respeito e de uma forma desumana. Tudo começou com uma nota, subscrita por uma editora e cozinhada por mais duas ou três pessoas relapsas ao trabalho e à responsabilidade, na qual essas acusações caluniosas me eram dirigidas e de imediato distribuída a um bloguista da praça. Não dei importância ao assunto, porque a editora em causa está há dois anos, mais precisamente desde as eleições, para me entregar uma entrevista que fez ao presidente da UNITA, Isaías Samakuva, e até agora, nada. Fui eu que lhe marquei o serviço. Portanto, não há desculpa possível. Face a tão chocante falta de profissionalismo, que manchou seriamente a imagem do jornal, a nota subscrita pela editora, esta ou outra qualquer, não me merece qualquer importância. Uma das outras pessoas que a acompanharam no insulto à minha pessoa ficou conhecida no jornal por, em vez de trabalhar, passar a vida a colocar material pornográfico no Copy Desk. Manifestam falhas profissionais graves e por isso não merecem mais do que esta referência e o meu silêncio na esperança que um dia resolvam ser profissionais competentes e cumpridores.

 

As notícias falsas que vêm sendo propaladas pelo jornal “O País” são graves e exactamente por isso sou obrigado a responder. Quero, antes de mais, dizer que desconheço a existência de qualquer carta dirigida por um “colectivo de editores” ao Ministério da Comunicação Social. O que sei é que temos realizado reuniões regulares com os editores e esses dois ou três relapsos nem sequer comparecem. Seria impossível pôr em marcha um projecto empresarial e editorial tão importante como as Edições Novembro e o Jornal de Angola se não fosse através do diálogo e em concertação com uma grande equipa que está em todas as províncias. A porta do meu gabinete sempre esteve aberta a todos. Só não fala comigo quem não quer ou prefere levar para fora da empresa o que apenas se pode resolver entre nós.

 


O jornal “O País” cometeu um acto indigno ao juntar-se à campanha de insultos contra o jornalista Artur Queiroz, como outros menos qualificados já o haviam feito. Artur Queiroz é um veterano da luta de libertação nacional e do jornalismo angolano, um profissional qualificado e que dá o melhor que pode e sabe para que o nosso jornal seja cada dia melhor que o anterior.

 

Os profissionais desta casa que gostam de jornalismo e têm vontade de aprender sabem, melhor que ninguém, que ele está sempre disponível para ajudar a encontrar as melhores soluções e tudo faz para transmitir aos mais jovens a sua vasta e rica experiência profissional. Com a idade que tem podia estar a tratar de outras coisas, mas não, está a formar jornalistas. Não merece desconsiderações nem faltas de respeito por parte do jornal “O País”, a quem até cedemos alguns dos nossos profissionais.

 

Apesar dos ataques vindos de quem menos esperamos, vamos continuar a desempenhar a nossa missão e fazer tudo para que no Jornal de Angola se faça jornalismo. Vamos continuar a desenvolver, com a ajuda de todos os jornalistas da casa, os projectos que estão em curso e lançar os que temos prontos para execução. Só assim é possível levantar uma barreira a esse mau jornalismo que fez escola em Angola. Definitivamente, o jornalismo não pode servir para insultar, para atentar contra a honra e o bom-nome de pessoas e instituições, para difamar e caluniar. Nem sequer pode ser campo de batalha de deslealdade.

 

Quando queremos melhorar alguma coisa há sempre quem se oponha. Quando queremos sobrepor a competência à incompetência, há sempre quem se agarre ao último argumento, que é o do racismo e da xenofobia. Mas nem eu nem os meus colaboradores nos intimidamos. Nem vamos desistir. As missões são para cumprir até ao fim.

 

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