Luanda - O semanário Angolense está ausente das bancas  e não se sabe por quanto tempo mais. Na base desta situação estão os desentendimentos  que se registam entre patrões e jornalistas no que toca a liberdade editorial.

 

* Alexandre Neto
Fonte: VOA

Os novos patrões querem uma face diferente da que tem a publicação, os profissionais não têm concordado com viragens radicais e exigem o cumprimento do que teria ficado definido no decurso das negociações que culminaram com a compra do título. Mais social e menos política é o que pretendem os novos donos.


Contrariamente ao que se esperava, mudanças têm estado a ocorrer  mais depressa do que era previsto. O compromisso editorial havia sido assumido pela  Midia Investe S A, em comunicado que fez publicar logo a seguir a compra, perante as intranquilidades que suscitou na altura a operação.


Fala-se hoje de censura. No caso mais recente o texto de um dos colunistas não foi publicado e não houve explicações até agora à direcção do semanário, sobre as razões que determinaram a decisão.


Esta manhã os habituais leitores ainda não informados sobre o episódio procuravam nas ruas a edição.


Também surpreendidos ficaram os distribuidores. Arão é um destes vendedores e  afirma com convicção a posição de liderança do jornal o que explica segundo disse a procura que se verificava.


Em vésperas do Congresso do Sindicato dos Jornalistas a ter lugar no próximo mês, perguntei a Avelino Miguel se estava surpreendido com a velocidade com que ocorre esta viragem de linhas? “Não estou. O governo tem que tomar medidas legislativas contra esta concorrência desleal” respondeu.


A mudança de proprietários da Capital e do Angolense significou a capitulação dos jornalistas ante a pressão do poder político, disse Rafael Marques por nós estrevistado.


Apesar dos esforços envidados, não conseguimos ouvir os responsáveis da publicação.