Lisboa - O novo Ministro das Obras Públicas e Urbanismo, Fernando Fonseca avançou com despachos de exoneração de altos funcionários do ministério. Afastou na Quinta-feira (2), o Secretario Geral do Ministério, Celso Santo Carvalho, o director do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), Joaquim Sebastião e seus respectivos directores adjuntos. O INEA é agora dirigido por uma comissão de gestão cujo coordenador é Morales de Abril, o DG do laboratório de engenharia de Angola.
Fonte: Club-k.net
Chicoty é o único que denota ter ética
Fernando Fonseca oriundo da Sonangol tomou posse no dia 30 de Novembro e dois dias depois procedeu com as exonerações causando a impressão de estar a enveredar por uma “remodelação encomenda”. A atitude do mesmo tida como inédita na política angolana é seguida pelos seus colegas recém empossados no palácio presidencial. (No passado os governantes recém empossados trabalhavam com o staff do seu sucessor e só depois de seis meses nomeavam os elementos da sua confiança.)
Em Luanda, por exemplo, o novo Governador, José Maria Santos afastou o director da Elisal António Lúcio Martins para nomear no seu lugar , Antas Miguel, o Director do Saneamento da Província de Luanda. Antas Miguel já foi no passado o DG da Elisal tendo sido afastado pelo antigo governador Job Kapapinha.
De entre todos os nomeados, o novo Ministro da diplomacia, George Chicoty, terá sido o único que denota ter ética quanto aos afastamentos. Tenciona nomear novos directores mas apenas após avaliação administrativa decorrente da competência de cada um. Devera levar em conta os anos que cada um tem de serviço.
O novo modelo de “exonerar logo que assumem o poder” começou a ser sentido com o novo Ministro do Interior, Sebastião Martins. Afastou 32 quadros do Ministério, na sua maioria elementos com vinte anos de casa/trabalho. Diz-se que em nenhuma parte do mundo aconteceu exoneração a nível ministerial envolvendo a cifra 32.
Os dirigentes angolanos foram recentemente objecto de criticas do PR que considerou que alguns estão desenquadrados das normas. São inexatas as motivações que levaram JES a afastar os recém exonerados. Em meios políticos em Luanda apresentam como prováveis argumentos da recentes exonerações, as seguintes observações a saber:
- Francisca do Espírito Santos, ex-governadora de Luanda – Incompatibilizou-se com a OMA e subseqüentemente com o líder do MPLA em Luanda, Bento Bento. As relações com o PR passaram a ser referenciadas como frias. Em mais de duas ocasiões, JES passou lhe publicamente certificado de incompetência.
- Carla Ribeiro, ex- Vice-Ministra dos transportes – é formada em arquitectura. Corre no Ministério que não dava conta do recado. O trabalho que ultimamente apresentava era feito pelos directores nacionais. Diz-se que nos últimos tempos encurtou a sua dedicação ao trabalho passando dar relevância “aos esquemas”. Foi nomeada, Vice-Governadora de Luanda em substituição de Bento Soito.
- Victória da Conceição, a ex- Vice- governadora da Huila para a área técnica, terá saído a pedido do governador provincial, Isaac dos Anjos. Nos últimos meses denotava inconformismo com a área em que foi nomeada. Em meios partidários invocava que a sua área de domínio é a área social (Antes de ser nomeada “Vice” da Huila a mesma era a responsável da promoção da mulher na província).
- José Ferreira, ex ministro das obras e construção – Diz-se que não estava a dar conta do recado. Corria que teria se incompatibilizado com altos funcionários do ministério com realce ao Secretario de Estado para a construção, José André que goza de aceitação no gabinete presidencial. Também fazia gosto de ver exonerado o director do INEA, Joaquim Sebastião.
Carlos Bragança , ex - Vice-ministro das Relações Exteriores, foi no passado quadro da DAGO, tendo depois sido transferido para o ministério das finanças. Assunção dos Anjos que deixa o posto a seu pedido, chamou-lhe para cuidar da administração do ministério acabando por se incompatibilizar com os funcionários do MIREX.