Lisboa -  Uma nova versão quanto a  morte do Bispo do Namibe, Dom Mateus Tomás esta a dividir o  episcopado católico na região sul de Angola. A Versão que circula em meios restritos da província interliga a morte do sacerdote a  uma suposta interferência que o malogrado incitou junto aos  hábitos tradicionais  das comunidades Nhaneca-Humbi  logo após a sua tomada de posse, razão pela qual é citado como tendo sido “amaldiçoado”.


Fonte: Club-k.net

Sul do país enfrenta problemas de tradição

De acordo com as ocorrências,  as comunidades  Nhaneca-Humbi  submetem  as jovens em fase de puberdade a um ritual conhecido por “mufico” ao qual o Soba da aldeia deita-se com a sua esposa numa cubata e após a secção faz recolha do  sêmen, que por sua vez é dado as meninas que estão a receber preparação  para serem esposas. 

 

Ocorrente de que o ritual estava a provocar doenças contagiosas junto daquela comunidade, o malogrado Bispo Dom Mateus  insurgiu-se contra  estas praticas e de seguida reuniu-se com o Padre Norberto Bula  e com Vigário-Geral da Diocese do Namibe, Padre Eusébio Tchimbanda, (este tido como  defensor da cultura Nhaneca-Humbi) a fim de transmitir-lhe o seu “contragosto” sobre a pratica do “mufico”. O assunto debatido nesta reunião  estendeu-se aos padres do Lubango.  (Estava inclusive programado um  recurso ao  Mambaly como saída  para intimidar o Bispo a recuar da sua posição, o que não aconteceu.)


Nas  últimas semanas de vida, de  Dom Mateus Tomás  eram conhecidos  desabafos seus  junto aos que lhe eram próximos alegando  que costumava a ter visões estranhas,  paralelas a cenários registrados  ao qual as autoridades tradicionais  atribuem a um suposto amaldiçoado contra “a proibição dos  costumes dos Nhaneca”
 

 

Registro das ocorrências estranhas:


- Aparecimento de duas focas  de  madrugada agrimando  até  a manhã do dia seguinte, a porta da paróquia Nossa Senhora do Rosário, a quando  da   primeira  visita do Bispo  ao Município do Tombwa. Os mamíferos foram retirados pelo Soba grande,  Alberto Pedro Ramos, que as levou para parte incerta.

 

- Surgimento de duas cobras no Bispado. O Bispo confidenciou a um padre local (nome deliberadamente ocultado) que via sempre um boi preto.


-  Uma “kimbala” com fezes, foi encontrada na porta da Diocese local


No dia da tragédia em que a sua viatura se embateu contra um animal provocando a sua morte, o Bispo Católico  segundo depoimento que as autoridades colheram de uma menina de 9 anos que se fazia transportar na viatura,  teria gritado que estava a ver um boi na sua frente que terá  cortado a estrada a correr. Entretanto, a  jovem testemunha quando inquirida revelou não ter visto nenhum animal. As autoridades conhecedoras da área que liga  Huambo-Chongori onde ocorreu o  acidente  alegam que a zona não é habitada por bois.

 

A rapariga que viajava com o Bispo e mais dois padres, foi  a única sobrevivente do acidente. A viatura capotou, o leptop do sacerdote e o seu telemóvel ficaram embatidos como se tivessem sido esmagados por um elefante.


De referir que durante a partida para Luanda, a viatura do sacerdote  rebentou duas rodas e de regresso de Luanda, um grupo de sacerdotes  aparentemente pressentindo alguma anomalia evitou  viajar com  os três padres que também se encontravam em Luanda, viajando em paralelo.  


O comportamento de individualidades  do clero após a morte do Bispo deu azo a  comentários segundo as quais   a Igreja Católica na região sul teria sido invadida pelo  tribalismo e o regionalismo.

 

Anotações de  indicadores  dos  comportamentos  paranormais:


- O  Vigário Episcopal  é citado como tendo transmitido  ao  Bispo Dom Mateus Tomas, antes de partir para a Assembléia da CEAST no Huambo,  que a província do  Namibe não necessitava de um Umbundu para  vir  como Bispo.


- Um dos Padres do Lubango, por sinal candidato a Bispo sucessor de Dom Mateus Tomas, quando comunicado pelo padre do Namibe,   a cerca da morte do bispo, este julgando que tratava-se da pessoa de Dom Gabriel Mbilingui, demonstrou sinais que contrariam o sentimento de pesar.   Quando interrogado das razões da sua indiferença,  disse que pensou que fosse o Bispo do Lubango, porque “tem muita mania de viajar  de carro”.


- O  Vigário-Geral da diocese do Namibe, Eusébio Tchimbanda que se incompatibilizou com o malogrado sacerdote  por causa da proibição dos rituais da  comunidade  Nhaneca-Humbi,  abdicou-se  participar no funeral do Bispo Dom Mateus Tomas. Na missa do sétimo dia, presidida pelo Bispo de Cabinda, Dom Filomeno Vieira Dias,  o Vigário, recusou  sentar-se na cadeira reservada junto ao co-celebrante Dom Gabriel  Mbingui tendo em plena missa negado o convite de Dom Filomeno Vieira Dias.

 

- No Cunene,  o bispo da Diocese de Ondjiva,  Dom Guimarães Kevano, é referenciado como estando a fazer apologia segundo a qual os bispados nas  províncias do  Kuando Kubango e a Lunda-Sul deveriam ser geridos por  bispos oriundos da cultura Kwanhama (Os hábitos tradicionais  destas duas culturas estendem-se  até a estas duas províncias). A  Lunda Sul,  por razões vacante, é  ainda administrada apostolicamente por Dom Manuel  Imbamba.

 

O problema das  “visões de cobras e bois”  que assombra o clero católico na região sul do país esta a estender-se em sectores políticos sobretudo a  figuras que se incompatibilizam ou que foram entendidas como desrespeitadoras de  certas normas tradicionais. O Governador  provincial do Bié, Boavida Neto, pediu  que fosse transferido para outra província sob alegação de estar a "ver cobras". Deixou de  pernoitar no palácio passando a dormir  no Bispado, num quarto vizinho ao do Bispo  da Diocese do Kuito, Dom José Nambi.