Benguela - Recentemente o parlamento angolano aprovou na generalidade, a Lei dos Feriados Nacionais e Locais, com 150 votos a favor, 23 contra, e nenhuma abstenção.Como novidade as datas de celebração nacional parece que o principal objectivo é reduzir os excessos de paralisações laborais que obstam o tão sonhado desenvolvimento do país.


Fonte: Club-k.net


Entretanto o que ainda é inadmissível a maioria destas datas explicam a partidarização da nossa História. Na celebração do defunto feriado 4 de Janeiro, vários jovens foram entrevistados e maioria desconhecia os acontecimentos do massacre da baixa de kassaji, a revolta dos operarios.Distintos especialistas opinaram sobre o facto concluindo que é preciso um programa curricular mais encontrado com verdade histórica.Variadissimas situaçoes fomentam o desleixo com a história, recordando-os nas vesperas e no próprio dia, os actos coroados com discursos políticos uno partidários confundindo o nacional com outras banalidades.

 


 “As camisas do partido substituem a mãe pátria”.As datas de celebração nacional constituem supostas novidades 2 de Março e o dia 14 de Abril têm sido festejadas a décadas e não apresentam elementos históricos marcantes para o efeito. Porquê se deu um toque nacional? Estas manipulações são idolatrias dos contos da História. O conto mais engraçado de todos e que agora parece verdade é do menino Augusto Ngangula narrado pelo seu professor de 62 anos, António Francisco Tuta ao jornal de Angola. A oposição, a sociedade civil e os especialistas principalmente os historiadores, ninguém saiu a público para desmentir ou concordar a “novela” mais bonita que pude “assistir gratuitamente”, o meu ainda percurso de vida. Conhecendo o sistema como se conhece, a ser verdade que o menino corajoso existiu, ter-lhe-iam, dado um dia para feriado ou celebração nacional.

 

Estranha-me, não existir nada no calendário nacional para homenageá-lo. Verdade ou mentira? Nunca foi citado em qualquer discurso oficial?Este sagrado diploma legal transporta em si, uma carga ideológica partidária muito forte. Inspira saudades do mono partidarismo, um verdadeiro atentado a unidade, reconciliação e a estabilidade nacional.”O reinado não é eterno”, “as mudanças das cores do poder implicará alteração do percurso histórico”. O que não é bom.

 


Nas salas de aulas a vários níveis, até nas universidades” lugares propícios” para discussões científicas, muitos professores e estudantes temem abordar as nossas questões históricas. “A febre da conotação”. O que me aborrece é aguardarem datas como 27 de Maio de 1977e outras sangrentas. Os fazedores destes contos um dia desaparecerão com peso na memória, de não poderem transmitir as novas gerações os factos históricos despidos de ideologias. As versões desencontradas sobre as batalhas do Kuito Kuanavale. A real data das fundações dos movimentos angolanos, os meandros das negociações… São exemplos de como são instrumentalizados os acontecimentos. São oportunidades sublimes para os investigadores trazerem ao público angolano e não só a real história do Pais.

 

Um conceituado deputado disse a rádio nacional que o país recebeu com agrado esta lei. Em particular a sociedade civil. Sem desmérito para os que realmente são activistas sociais, são estes que impediram a exibição do documentário não partam a minha casa da Omunga no Huambo em 2010? Que sociedade civil quando muitos lideres religiosos rezam o “ámen terrestre”?As novas gerações devem conhecer os erros do passado não para julgá-los mas para os evitar.