Lisboa -  As  investigações do recente assassinato  em Luanda de uma funcionária bancaria Eurídice Bernarda de Oliveira Cândido,  apresentada como amante do governador de Luanda, José Maria dos Santos esta  apresentar  capítulos que  ligam a malograda a segredos bancários  que detinha  em relação a contas do  antigo comandante da policia,  Joaquim Ribeiro.

Fonte: Club-k.net

Terá sido vitima do esquadrão da morte

Eurídice Bernarda  Cândido, era funcionária da Direcção de Créditos a Particulares e negócios do BFA, foi assassinado na sexta-feira,  28 de Janeiro de 2011, entre as 18h50 as 19h00 na rua Comandante Eurico, momentos após ter parqueado o carro  e se preparava para tirar a filha do mesmo.  A vitima  foi surpreendida e alvejada à queima-roupa com um projéctil da face.

 

Peritos que acompanham o caso teriam inicialmente suspeitado que se estava diante de  mais um crime face as particularidades da cidade de Luanda que nos últimos tempos ocorrem casos de assaltos a mão armada que terminam em mortes. Porém, nas páginas subsequentes foram verificados uma series de  dados que levou os observadores a pensarem ao  contrário.

 

De acordo com dados apurados,  veio a se saber que a  malograda teve uma relação amorosa com José Maria dos Santos, actual Governador da província de Luanda, da qual resultou uma filha. Durante o tempo que o responsável ainda ocupava a pasta de Vice do Kuando-Kubango, a mesma atravessou uma crise que segundo pessoas próximas se deveu ao facto da mesma ter retirado da conta do tal uma quantia avultada por alegadamente se ver privada da pensão para a filha a que aparentemente tinha direito.

 

A situação criou um estado de “guerra-fria”  entre o casal e, como consequência, gerou a exaltação dos ânimos, com cobranças à mistura e acusações de ingratidão, e etc.

 

Resultado de um litígio com uma suposta outra concubina do Governador, a vitima foi levada a uma esquadra da capital onde o ex-Comandante “Quim” Ribeiro foi chamado a intervir para solucionar a objecto.  Porém, apercebendo-se que a mesma funcionava numa área privilegiada do BFA e da sua influência, o mesmo estreitou as suas relações, chegando mesmo a cumplicidade amorosa com a malograda.

 

A  relação dos mesmos foi se estreitando,  que a dada altura a vitima se tornou uma “quase-gestora” de contas do ex-Comandante Provincial de Luanda e segundo os dados a que o Club-K  teve acesso  a  mesma movimentava milhões em divisas do mesmo, o que propiciava o usufruto de alguns valores.

 

Há apurações  indicando  que o  ex-Comandante “Quim” Ribeiro teria criado “todas  artimanhas”  possíveis para manter sob sua alçada e rédea curta a malograda, porem ela não cedia. Dai ter entrado em rota de colisão com José Maria dos Santos, tendo inclusive sido chamado ao gabinete do Comandante Geral, Ambrósio de Lemos, em companhia de Dias do Nascimento, Comandante de Divisão da Ingombota, onde foi advertido por estar a perturbar a vida e o lar de seu sobrinho. (relação de familiaridade que aparentemente o Comandante de Luanda desconhecia).

 

O temor tomou proporções alarmantes quando José Maria dos Santos foi nomeado Governador Provincial de Luanda e a fixação de residência na capital do país era inevitável, razão pela qual estão  a levantar suspeitas  de que o  assassinato de  Eurídice  Cândido esteja ligada  a sectores policias.

 

Argumentações que sustentam as suspeitas; A saber:

 

-  Um dado considerado como “bizzaro”  é o facto de 48 horas antes do infausto acontecimento, ter fluido  uma informação proveniente de uma estrutura da Policia Nacional responsável pela protecção das individualidades protocolares insinuando  que a UNITA tinha programado raptos e atentados contra pessoas próximas a José Maria dos Santos. A informação tramitou até  ao gabinete do Comandante Geral e outras áreas do MININT, mas estes terão rejeitado por não fazer sentido que o partido dos maninhos perpetre  actos contra o Governador de Luanda.

 

-  A forma como aparentemente se concebeu o crime, revela um modus operandi  já conhecido, segundo fontes ligadas ao assunto indiciam uma actuação típica dos “esquadrões da morte” que eram ou ainda são controlados por uma corrente conotada ao antigo comandante da policia de Luanda.

 

-  Há indícios de que esse caso tem relação com o do Superintendente da Policia Nacional, Domingos Francisco João, assassinado no dia 21 de Outubro de 2010, por ter tomado conhecimento do envolvimento do ex- Comandante Joaquim Ribeiro num jogo “não limpo” . No presente caso a vítima conhecia o número de contas, valores, transacções, pagamentos e vários outros segredos.

 

-  O  salteador não pretendia, pelos vistos a todo custo, que se quebrasse o pacto.

 

De recordar ainda que logo após a morte da mesma surgiram em Luanda  rumores  de fonte inserta insinuando  de que   foi morta a mando de uma outra amante do governador José Maria dos Santos.