Benguela - Participo assiduamente nas  oficinas dos jornalistas realizadas pelo Clube de imprensa de Benguela, liderado por Eugenio Ferreira.Encontro da classe para aperfeiçoar das ferramentas de trabalho para um exercicio digno de cidadania .Na qualidade de amigo dos jornalistas.Admiro esta direcçao.Força!


Fonte: Club-k.net


O último encontro debateu-se “subsídios sobre o jornalismo radiofónico em Benguela” e o orador o senhor jornalista José Cabral Sande. Dividiu-a em três fases, primeira a ausências do quando e como. Os locutores, comunicadores… seguiam apenas orientação do Mpla e ninguém ousava questionar. Segunda somente o quem, a noticia é carimba por quem e a terceira o excesso de quem “ graças a orientação de sua excelência “.Recomendo leitura obrigatória, é um estudo para quebrar a mania que “os cérebros estão unicamente em Luanda”.

 

No calor do debate ficou “unânime” que a auto-censura e o “trabalho de casa” reinantes nas redacções não permitem que se faça um jornalismo respeitando a isenção, imparcialidade e a equidistância. Existem imensos condicionalismos! Haja seriedade!

 

Fiquei com a sensação que há tabu, assuntos intocáveis maioritariamente na imprensa pública e que desmotivam muitas abordagens até de temas simples. Aprendi muito sendo ouvinte, cresci, na periferia de Luanda. Energia eléctrica de puxadas, o rádio a pilha era praticamente meu confidente. Eu era um rapaz muito actualizado. Já escrevia para rádios Luanda, Nacional, Ecclesia… Oh! programa buérébué do senhor Adão Filipe! Aprendi a comer com garfo e faca ouvindo rádio e actualmente não consigo dormir sem ter ao meu lado uma rádio.

 

Hoje grande parte dos conteúdos programáticos e informativos é feita de ” trabalho laboratorial”, faltando criatividade e alma como afirmou o orador em causa. Os erros crassos gramaticais e técnicos são frequentes na classe, sendo o mais grave a falta de vontade de superação. 

 

Falou-se de uma espécie de censura, o que é? Recorri ao dicionário universal de Língua Portuguesa, … Poder do estado de interditar ou restringir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente…Artigo 6.º n º2 da Constituiçao da República de Angola (Supremacia da Constituição e legalidade. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade, devendo respeitar e fazer respeitar as leis.Como dizem os ingleses “no comment”


Os inflitrados estão em todos os órgãos públicos e privados a mandos dos seus chefes.A “febre da voz do partido”, jornalistas que se confundem com activistas, o comprimisso e os favores dados  pelas fontes. Afectam no produto final.
                          


A classe está repleta de licenciados, mestres e doutores em várias áreas do saber ? Parece que a sociedade é apenas recepcionista. Comentaristas Ou propagandísticas? A tecnocracia desfalece perante ao “coro melódico”.Os debates desportivos na rádio cinco são frontais e sérios e engrandecem a nossa democracia. Um exercício que deve ser elogiado e transportar para outros assuntos.


Domingos Chipilica Eduardo em Benguela