Lisboa - A decisão de António Paulo Kassoma em retirar o assento parlamentar do deputado da UNITA, Abílio Kamalata Numa esta a ser atribuída a uma suposta “orientação superior” do regime. A observação é em meios políticos, sustentada pelo o facto de o mesmo, na historia dos Presidentes da Assembléia Nacional ser o líder parlamentar mais submisso ao palácio presidencial. (Não toma nenhuma decisão sem antes consultar JES)
Fonte: Club-k.net
Decisão associada a “uma afronta a JES”
Kamalata Numa, igualmente SG do maior partido opositor, deverá ser ouvido as 10 horas de terça-feira dia 15 de Março, pela comissão de mandatos ética e decoro parlamentar, para clarificar o caso que o levou fazer uma greve de fome na porta de uma esquadra policial no Bailundo, província do Huambo, em solidariedade a um militante do seu partido António Kaputo que teve problemas com um Soba que o proibiu colocar bandeiras da UNITA numa aldeia.
As autoridades parlamentares angolanas que levantam o caso alegam que a acção do deputado da UNITA “foi uma invasão da esquadra policial para exigir a liberdade do militante do seu partido”.
Logo após a convocatória pela comissão de mandatos ética e decoro parlamentar, surgiu em Luanda interpretações segundo as quais a decisão de cancelar o seu mandato na Assembléia Nacional ganhou rapidez depois de o mesmo ter afrontado publicamente o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos tratando-o por “ditador”.
“Como não fica bem voltar a matar um deputado (Caso Mfulumpinga), então retira-se o mandato, ele deixa de ter imunidades, deixa de ter escolta e assim é mais fácil para eliminá-lo”, sustentou um observador.
De acordo com o mesmo observador cuja identidade é reservada: “Tudo isso é porque o general desafiou o PR e chamou claramente de ditador a três semanas atrás, antes das manifestações. O JES tem fama de vingativo e foi exactamente isso que dizem ter acontecido com o ex-Deputado Landu Victor, que o afrontou publicamente, é isto o que esta acontecer neste caso”, rematou.
De recordar que Abílio Kamalata Numa é no momento o dirigente da UNITA mais citado em levantamentos de funcionários do Serviços de Inteligência e Segurança de Estado. Em Abril do ano passado, a sua viatura foi alvejada tendo o mesmo saído ileso nos arredores de uma aldeia no Município do Bailundo. Na altura, as autoridades policias alegaram que o mesmo deveria ter informado que estava a circular naquela zona para beneficiar de protecção.