Cabinda - A facção de Alexandre Tati na FLEC-FAC rejeitou qualquer responsabilidade nas mortes de Gabriel Nhemba "Pirilampo" e de Maurício Lubota “Sabata”. Estes dois comandantes militares da FLEC foram raptados e mortos este mês, em operações atribuídas às forças de segurança angolanas.


Fonte: VOA



A facção de Nzita Tiago na FLEC-FAC envolveu a de Alexandre Tati na morte dos dois destacados militares da frente independentista, primeiro foi com insinuações, depois com declarações à VOA de António Tchondé, um porta-voz de Tiago em Ponta Negra.



Estanislau Boma, aliado de Alexandre Tati, afirmou, numa entrevista à Voz da América, que isso é falso e que Tchondé foi manipulado.



“O que António Tchondé disse ontem foi-lhe posto na boca por alguém que quer dividir a resistência militar e mutilar a luta, com novos conflitos intestinos. Só pode ser uma manipulação. E nós temos vindo a seguir de perto essas coisas. Esse homem vive no campo dos refugiados e sabe quem lhe mandou dizer isto", disse Boma, o chefe militar da FLEC, substituído por Pirilampo após desavenças com Nzita Tiago.


O general Estanislau Boma adianta que os comandantes "Pirilampo" e "Sabata" foram, em tempos, seus subordonados "sofreram connosco durante muito tempo e não vejo em que pode interessar-nos a morte deles no momento em que somos, todos nós, atacados pelo inimigo".


A entrevista da VOA com Boma acabou abruptamente, com a perda da ligação telefónica e impossibilidade de se retomar o contacto com ele.



Recorde-se que o corpo sem vida de Maurício Lubota “Sabata” foi encontrado na região de Massabi, na fronteira entre Cabinda e o Congo-Brazaville no dia 19 de Março.


A morte de Lubota é a segunda baixa em menos de vinte dias, sofrida pela facção de Nzita Tiago da FLEC-FAC. A primeira foi o assassinato nas mesmas circunstâncias, do chefe estado maior-general da frente, o general Gabriel Nhemba "Pirilampo", neste mês.



A facção de Tati esteve, até há alguns meses, envolvida em negociações com Luanda, mas as negociações terminaram sem acordo tendo as forças armadas angolanas lançado uma ofensiva em Cabinda, na mesma altura em que "Pirilampo" foi morto (2 ou 3 de Março). Oficialmente, o governo de Angola reconheceu a ofensiva, mas não comentou a morte do general rebelde.