Luanda -  Vivemos tempos difíceis, em que o fortalecimento das liberdades e garantias tende a ser mal aproveitado. Felizmente, a democracia veio para ficar e, atendendo à conjuntura actual, os seus princípios estruturantes tendem a conhecer uma utilização abusiva por parte de gente menos escrupulosa. É o velho problema: a democracia é tão aberta que tolera e muitas vezes promove os seus inimigos.


Fonte: Jornal de Angola

Denunciar a desordem

Ontem o Presidente da República apelou à denúncia dos oportunistas que pretendem promover a confusão no país. José Eduardo dos Santos fez alusão à necessidade de redobrarmos a vigilância em virtude de existirem políticos sem escrúpulos que querem cavalgar a onda de confusão que surgiu no Norte de África. É fácil mobilizar os jovens para aventuras, com falsas promessas de protagonismo que não passam da sua utilização abusiva como carne para canhão.

 

A ordem democrática está estabelecida na Constituição da República. É ela que norteia a nossa vida quotidiana e não as redes sociais e os vendedores de ilusões.

 

Os angolanos sabem quem têm e com o que sempre contaram. Não foi por acaso que nos momentos mais difíceis da guerra, milhões de compatriotas se refugiaram em Luanda ou noutras cidades onde existia a Administração do Estado. Por isso, os vendedores de ilusões jamais terão apoio para derrubar um governo democraticamente eleito, a favor de interesses estrangeiros. O povo sabe em quem votou e quem escolheu. E também sabe que quando há problemas, é o Executivo, os Governos Provinciais e as Administrações locais que estão na linha da frente para encontrar as melhores soluções.

 

O apelo oportuno do Presidente surge na sequência de vagas propagandísticas que roçam o insulto e a calúnia, numa fase em que se espera de todos contenção e reflexão. Os problemas existem, mas só podem ser resolvidos por nós e à nossa maneira. Se os intriguistas e oportunistas têm dúvidas, que estiquem a corda. Vão ter a resposta adequada. Não dos poderes públicos, mas dos angolanos que lutam corajosamente pela reconstrução da pátria e não podem permitir que aventureiros sem escrúpulos ponham em causa tudo o que conquistámos nos anos de paz.

 

Os cidadãos mais atentos dão facilmente conta que o Executivo está a desenvolver projectos que têm como ponto de partida e de chegada a juventude. Esse segmento da sociedade sabe qual o papel que lhe cabe num Estado Democrático de Direito. Sempre soube e sempre deu provas evidentes da sua consciência política e do seu amor à pátria.

 

Os jovens angolanos não podem perder o comboio da História, deixando-se instrumentalizar por interesses inconfessos. Como disse o Presidente da República, é preciso desmascarar os oportunistas, os intriguistas e os demagogos. Na impossibilidade de obterem ganhos políticos no quadro constitucional, esmagados nas eleições, querem agora mostrar uma força que nunca tiveram e uma influência que não passa do seu quintal. Quando muito chega ao vizinho da frente. Têm uma expressão eleitoral desprezível e politicamente valem zero. Mas isso não pode servir de pretexto para se portarem como marginais. Nada valem politicamente mas são obrigados, como qualquer outro cidadão, a respeitar as leis e as autoridades legítimas. Atiraram a toalha ao chão na arena política e fugiram do campo democrático.


Agora descobriram as vantagens proporcionadas pelas tecnologias de informação e através das redes sociais, querem mobilizar incautos para se insurgirem contra as instituições e contra os que foram eleitos pelo povo. Ao optarem pela subversão e a desordem, estão a queimar a última oportunidade de mostrar o que valem politicamente. Ao seguirem a via da provocação, da subversão e da desordem para derrubar quem tem legitimidade popular, mostram uma fraqueza política que mete pena. É pura cobardia o uso de tácticas políticas descabidas para condicionar os esforços de todo um povo para construir uma sociedade livre, justa e solidária.

 

Perdem tempo, porque a juventude angolana tem mostrado ao longo de gerações que é madura e ama a sua pátria. Está consciente dos desafios que o país enfrenta. Os jovens angolanos sabem que nestes tempos de dificuldades, mas de indicadores económicos positivos, os esforços de reconstrução e desenvolvimento levam a bandeira da juventude.


Os sectores que procuram alimentar a desordem, viram a adesão às últimas tentativas de manifestação. Esperamos que tenham compreendido que o país espera de todos os cidadãos trabalho, ordem e respeito. A fraca adesão às aventuras dos oportunistas e intriguistas é também uma resposta silenciosa inteligentemente dada pela juventude.


O país não precisa de políticos demagogos ao serviço de interesses estrangeiros, para pôr em causa conquistas alcançadas com suor, sangue e lágrimas.