Brasil - Depois que o Club-k anunciou o que já todos nesse país têm conhecimento: a prática constante do tráfico de influência. Chegasse à conclusão que todos nós, às vezes retratados cinicamente como invejosos e oportunistas pelos homens do poder – diga-se também a galera Mwangolê da Web ou das redes sociais eletrônicas –, assim como o povo em geral, devemos unirmo-nos e insistir na nossa luta: por tudo!

Fonte: Nelo de Carvalho
Proposta Vindo da Diáspora para se insentivar
o crescimento da Internet dentro do país 
Pelos nossos direitos, pela democracia, pela liberdade de expressão e contra toda as formas de desfaçatez, descaramento, sem vergonhice e enfim; contra tudo aquilo que torna o ser humano mais mesquinho, egoísta e sem caráter.

Lutar contra todas as coincidências e tudo o que aparentam ser elas; principalmente aquelas que cruzam interesses de todos com as dos filhos e a dos genros, ou das famílias mais privilegiadas que esse país agora tem.

Nós – os desse lado- que usamos diferentes formas e maneiras para denunciarmos, talvez, a máquina estatal mais corrupta da fase da terra, não podemos desistir de nenhuma de nossas práticas, aquelas que ajudam verdadeiramente a todos os angolanos a se informarem dos métodos perversos com que esse poder tem se apresentado diante de todos: como o poder dos sem vergonha, dos intocáveis e dos sem caráter. Além disso, os que fazem o uso indevido da máquina pública –quero aqui dizer, em particular a imprensa pública e até aqueles que usam o dinheiro público para se montarem em fachadas os supostos órgãos de imprensa privada- não podem aparecer aqui com a espada da moral ameaçando nossas cabeças. E pondo a prova o que menos eles são: verdadeiros jornalistas a serviços de uma causa – a não ser a dos mercenários. Estes que acreditam ser Jornalistas, nem se quer são bajuladores, entre eles existem muito mais bandidos!
O poder agora decidiu escancarar. Primeiro, são as Leis proibitivas e sem discussão previa da sociedade civil -e em geral- a que nos têm habituados. Segundo, foi o discurso inconseqüente de quem perdeu a sensibilidade pelo sofrimento da maioria da população, que provou que alguns cargos públicos são ocupados como se fossem vasos sanitários de banheiros públicos. E de que a luta pelo bem estar da nação não implica necessariamente em se concordar com os atos de gestão de quem nos governa, sentar-se mal naquele vaso pode e deve gerar a reclamações de todos, coisa que alguns de seus ocupantes assim não pensam. Terceiro, como não podia deixar de ser, agora, na desfaçatez e na falta de caráter também está incluído o genro mais sortudo que esse país já teve. Ele está entre aqueles que usa, agora, o banheiro como se em sua casa estivesse.

A prova de que na Internet, em particular no club-k, não só existem pessoas oportunistas e invejosas está dada sobre o modo como se tentou introduzir no ordenamento jurídico angolano a Lei das Tecnologias da Internet. A mesma foi e é um instrumento de ameaça daqueles que em nome do Estado, da Unidade Nacional e de uma suposta preservação da ordem interna tentam calar quem se insurge contra os atos do governo. Temos certeza que a Internet e o club-k, tão odiados pelo Governo angolano, ajudaram até a difundir a lei e o insucesso da sua aplicação; ajudaram, em maior ou menor medida, a que a mesma fosse mais discutida. E essa discussão aconteceu não porque o MPLA e o Governo no poder quiseram. Mas pelo próprio caráter da Internet e do club dos angolanos no exterior. Este último sempre com o objetivo de desmascarar o que há de mais oculto, maléfico, prepotente, arrogante e mal intencionado, vindo de um poder, que acredita ser unilateral. Enfim, foi um ato verdadeiramente democrático, que não saiu das hostes do MPLA, do Jornal de Angola, da TPA, da Assembléia Legislativa, do Poder Executivo e muito menos da imprensa privada que está vendida aos corruptos e, também, sim, aos bajuladores ostentadores do poder que mantém os empregos dos membros desta área.

Não importa quais razões provocaram a retirada daquela lei direcionada em particular contra quem contesta o poder corrupto, patrimonilista, amiguista e familiarista de José Eduardo dos Santos; uma coisa é certa, aquela retirada só foi possível, porque a rede eletrônica de comunicação ajudou a que a mesma fosse sabatinada. Mesmo que seus atores assim não quisessem ou não estivessem interessados. Isto prova ainda que os meios públicos e alguns privados em Angola fazem o jogo sujo dos corruptos ao desinformar e não informar quem de direito merecem: a população. Também não importa se aquela lei será reintegrada posteriormente em circunstâncias pior. O que importa é o exercício da democracia que vem do lugar mais subestimado, desprezado e mal falado pelas autoridades: a Internet e o Club-k.
É uma tontice que só vem da mente de jornalistas ineptos ( se assim se consideram, jornalistas) que à diáspora e uma boa massa de intelectuais angolanos fora e dentro do país devem simplesmente adotar como meio de informação o que o Governo supostamente quer informar através do Jornal de Angola, a TPA ou a Radio Nacional. Pensar assim, a estupidez e a tontice seriam nossas.

Existe uma presunção diabólica dos tempos da guerra fria em que o MPLA camarada era tudo e monopolizava a verdade. E que ainda, até hoje, constitui a espinha dorsal de quem está no poder: fazer acreditar ao povo e ao cidadão que se habituou a essa governança, gestão e governabilidade de que a verdade é única e só pode vir de quem ostenta o poder; fazer acreditar de que seus atos no poder, na administração e como lideranças do pais ao serem contestadas, o contestador comete o maior erro político de sua vida, transformando-se num ser ingrato que a sociedade e o estado –quanto mais, até a família- devem rejeitar.

A cruzada contra as redes sociais, o club-k e a Internet em geral do Governo angolano e que agora se somam também alguns meios privados, que não podem ver as malas de dólares da corrupção entrando e saindo nos escritórios dos nossos autocratas, só provam, mais do que nunca, a importância dessas redes e o seu verdadeiro papel que não deve ser misturado com lixo.

A Internet é um meio de comunicação moderno usado para vários fins e não a arma do desespero onde os fins justificam os meios e vice-versa. Não foi a Internet que criou a desordem do Estado e da Sociedade; não foi ela que criou a corrupção e muito menos levou ao poder os corruptos que aí estão. Ao contrário, ela deveria ser visto pelo governo angolano como mais um instrumento e meio para tirar milhões de angolanos do subdesenvolvimento, da pobreza e da miséria.

Assim, Leis sobre a Tecnologia das Internet ( ou informação, comunicação e cibernética) deveriam ser criadas, sim, para que as mesmas ajudassem a difundir esta tecnologia no país. Leis que ajudassem a baratear seus serviços e os produtos gerados e usados pela mesma tecnologia e a industria eletrônica. Neste casso que ajudem a estimular o conhecimento, a cultura e a aplicação desses componentes no desenvolvimento econômico e industrial do país. Fazendo que nossa população pudesse ter direito aos mesmos produtos e a todos os tipos de serviços de forma mais barata, sem os habituais impostos.

Com o medo que se tem pela mesma – da Internet- vai ser difícil que esse governo ofereça tais vantagens a população, como fez com o seu genro mais querido.

Aqueles que vivem do discurso repetitivo de que a diáspora não tem iniciativa nem propostas, fica como iniciativa e proposta o parágrafo anterior ao anterior do nosso texto. Também fica como alerta, que de nossa parte várias vezes já houve pronunciamento, sobre a abertura e a facilitação de aquisição de produtos de informática vindo do estrangeiro (importados) pelos Angolanos. Isso se faz baixando ou até anulando os impostos alfandegários de alguns desses produtos.

A pergunta que todos nos fazemos é a seguinte: por que um país como Angola que precisa de uma boa educação, conhecimentos, que precisa de ciência e tecnologia para se desenvolver, tem necessidade de ter impostos alfandegários altos dos produtos desta área que entram no país? Por que não barateá-los ou até anulá-los, ainda que seja parcialmente?

Ou será que as iniciativas para o desenvolvimento destas áreas (ciências e tecnologias), também, passam pelos privilégios que os filhos e genros de quem está no poder deverão ter?