Luanda - “Comandante Nito Alves, a última vítima do MPLA no século XX” é o título da obra que a ser lançada na próxima sexta-feira, 27, do mês corrente, no Museu Nacional de História e Natural, em Luanda, pela Fundação 27 de Maio.


Fonte: Club-k.net


Com uma tiragem inicial de dois mil exemplares, a obra de 406 páginas retrata em três dimensões (do gênero 3D) o lendário comandante da 1ª Região Militar do MPLA como Guerrilheiro, Político e Poeta.

 

Tópicos como: “Síntese da trajectória do MPLA até aos dias de hoje”, “Nito Alves: A lenda de um militante consequente nas trincheiras da revolução”, “Nito Alves: O poeta do povo”, “A profecia e a metafísica da poesia de Nito Alves”, “O alcance dos discursos de Agostinho Neto e do Comité Central do MPLA e as suas consequências drásticas”, “Agostinho Neto contradiz-se” entre outros fazem parte do cardápio desta modesta obra.

 

Curiosamente, como era de prever, foram anexadas a partir da página 82 em diante, extractos das famosas “13 Teses em minha defesa” de Nito Alves. “É um documento muito importante para quem procure conhecer a verdadeira história do 27 de Maio de 1977”, garantiu uma fonte daquela instituição. “A par destes temas, o leitor encontrará alguns discursos de Nito Alves como delegado da 1ª Região Político-Militar do famoso Congresso de Lusaka, da Lei do Poder Popular – já como ministro da Administração Interna –, entre outras”, assegurou a mesma.

 

O Club-K soube também que foram anexados todos os discursos proferidos pelo Agostinho Neto, relativamente, antes do 27/5, do 27/5 e depois do 27/5, e do Comité Central do MPLA. Ainda nesta obra, os leitores poderão ler e fazer comparações entre as duas declarações do Bureau Político do MPLA cuja primeira é datada aos 12/7/1977 (a mais venenosa) e a de 26/5/2002 (já com uma linguagem clássica, onde os fraccionistas passaram a ser carinhosamente chamados de contestatários).

 


A obra prefaciada pelo jornalista, também escritor, Norberto Costa, foi elaborada por José Fragoso (cientista político) e Lucas Pedro (jornalista deste postal), traz ainda à tona cerca de nove nomes de alguns actuais dirigentes do MPLA que, por livre espontânea vontade, reprimiram de forma abusiva, e sem piedade, centenas de manifestantes detidos na véspera.


“Nela pode-se encontrar nomes como do actual vice-ministro da Comunicação Social, Miguel de Carvalho ‘Wadinjimbi’ que (junto com os seus cunhados mataram quase todos os alunos de uma escola de II ciclo em Malanje), do mais-velho Mendes de Carvalho por ter morto um sobrinho seu de nome Caiero Fortunato que residia no Bairro Popular e tantos outros indivíduos nas cadeias onde se encontravam detidos os manifestantes), Beto Van-Dúnem (de ter morto todos os indivíduos, conhecidos por ele, que tinham como habilitações mínimas a 4ª classe), entre outros...”, disse uma fonte que teve de antemão o privilégio de ler a obra.

 

“O objectivo desta obra é contar a estória tal e qual como sucedeu. Só para ver que trouxemos à tona todos os discursos proferidos por Agostinho Neto durante 1977 até 79. Inclusivo os discursos de Menongue e do Uíge que foi o último proferido por ele numa reunião com o Comité Municipal do MPLA, dias antes da sua misteriosa morte”, realçou um dos autores, Lucas Pedro.