Lisboa - A encenação de um cenário de  confusão  provocada por  jovens desconhecidos,   em frente a casa do  rapper Brigadeiro Matafrukus, a pretexto de irem cobrar dinheiro ao músico  é encarada, em  meios políticos em Angola, como uma estratégia do regime angolano destinada,  a causar  a imagem de que os jovens que tem aderido as  manifestações em Luanda,  fazem-no por aliciamento de dinheiro e não por descontentamento das condições sociais.


Fonte: Club-k.net

Pai de Luaty  salvou JES no "27 de Maio"


A sustentação da tese é baseada em identicos  procedimentos  recorrendo aos métodos identificados com os dos  Serviços de Inteligência angolana  que foram  usados na encenação. De acordo com um parecer, o regime angolano  não aceita a versão de que os jovens manifestantes tem saído as ruas para mostrar o seu descontentamento. Antes teriam acusado a UNITA como estando por detrás das mesmas. Após, o "Galo Negro" ter notado a estratégia, altos dirigentes deste partido saíram a rua condenando as autoridades angolanas que de seguida puseram a circular, na função publica, informações que desta vez apresentavam o Bloco Democrático como força motriz das manifestações. As informações coincidiram com uma tese de um dirigente do MPLA, João Melo que num artigo  ao Novo Jornal levantou a temática de que havia um grupo por detrás das manifestações em Luanda.


Em pareceres, internos,  personalidades do regime angolano  consideram que o jovem  Luaty Beirão “Brigadeiro Matafrukus”, não tem motivos para apoiar tais protestos visto que o  seu malogrado pai, João Beirão  foi próximo ao circulo presidencial. Consta que na véspera dos massacres do “27 de Maio”,  o engenheiro João Beirão  ao tempo funcionário próximo, ao  aparelho de Segurança de Estado foi quem salvou,  José Eduardo dos Santos das escaramuças, razão pela qual  antigas amizades de JES, descrevem, o malogrado  como alguém a quem o PR  “ nutria um sentimento de gratidão eterno”.   José Eduardo dos Santos reconheceu-lhe aptidões fazendo de João Beirão,  o primeiro DG da Fundação Eduardo dos Santos (FESA). 



Por ser filho de João Beirão, o regime continua a não aceitar que o jovem Luaty Beirão adere as ondas de protesto contra a falta de democracia no país, razão pela qual decidiram por em marcham uma campanha de desacreditação  contra o mesmo.   Na tarde do dia 2 de Junho, foram  despachados um grupo de jovens que se alega  terem sido instrumentalizados pelo “Sinfo”, para manifestarem-se na porta da sua casa a pretexto de irem cobrar dinheiro que lhes fora prometido para se juntarem a uma manifestação.



Observadores atentos alegam que a  estratégia do regime terá falha pela contradição que o assunto se reveste. A Saber:



- A manifestação do dia 25 de Maio não foi promovida pelo músico Matafrakus  mas sim por um grupo do Rangel, que foi  alvo  de uma campanha da TPA associando-os a plano de “ desejarem o regresso  a guerra em Angola”


-  Os supostos jovens revoltados  foram despachados, a casa do jovem Luaty,  na companhia de jornalistas;  o facto de os profissionais da comunicação social terem ido no exacto momento que decorria a "confusão"  leva a deduzir que receberam “orientações superiores” para irem ao local.


-  A reportagem dos mesmos, com realce a RNA, visou denegrir  o jovem Luaty Beirão apresentando-o como não cumpridor de promessas aos jovens. A  suposta reportagem não entrevistou o lesado optando por dar primazia a propagação da confusão em casa do lesado e as supostas motivações.


- A confusão aconteceu “muito rápido” e quando o jovem telefonou para a Policia, os revoltados já não se encontravam no local, porém, na reportagem do Jornal de Angola, o regime alega que a confusão terminou “graças a pronta intervenção da policia”.


- A reportagem do Jornal de Angola alega que os jovens falaram para publicação dirigida por José Ribeiro dizendo que Luaty Beirão devia-lhes dinheiro. Porém, os vizinhos que presenciaram a confusão não viram nenhum jovem a ser entrevistado. O Jornal de Angola não cita o nome do manifestante nem do suposto agente da policia ao qual atribuem dizeres.



A cerca de cinco anos atrás, o regime angolano teria enveredado por um cenário idêntico para denegrir a imagem do  Presidente da FNLA, Ngola Kabangu, num caso que ficou conhecido por “Caso Benedito”. Na altura despacharam para a  casa do filho deste dirigente político, uma equipa de jornalistas e policias que invadiram a residência para filmar um doente que La estava e que fora apresentado como estando em cárcere privado.  Mais tarde, apareceram testemunhas como o medico e um grupo de religiosos que afirmaram estarem em contacto com o doente permanentemente. O regime ficou com o doente que meses depois acabara por falecer por motivos até agora desconhecidos.