Lisboa - As autoridades angolanas fazem gosto de acomodar o economista, António da Cruz Lima, na embaixada de Angola no Reino de Espanha para desempenhar as funções de adido comercial, a fim de preencher a vaga deixada por Miguel Catraio que agora ocupa o cargo de Vice-Governador de Luanda para área econômica e produtiva.
Fonte: Club-k.net
Cruz Lima, é um reconhecido quadro do Ministério das finanças onde chegou a exercer as funções de director do Orçamento Geral do Estado (OGE). Goza de aceitação em círculos da Casa Civil especializados em matéria de econômia. Quando as autoridades foram pressionadas, pela comunicade internacional, a promover a transparência em Angola com a abertura de uma bolsa de valores, enviaram o mesmo para fazer um mestrado, em Londres, na área de finanças. No seu regresso, ao país, o economista esteve alguns meses na assessoria econômica da Presidência angolana até ter sido colocado como Presidente da comissão instaladora da Comissão do Mercado de Capitais (CMA). Em Janeiro do corrente ano, foi afastado e substituído por uma Comissão de Estruturação e Gestão.
Em meios críticos que analisaram, a sua demissão, consideraram que a Comissão do Mercado de Capitais observava a fase em que se poderia dar luz verde para a sua abertura oficial. Tais críticos concluíram que não era do interesse do regime angolano avançar com o projecto visto que o funcionamento da bolsa de valores forçaria a transparência nas transações nas principais empresas estatais, razão pelo qual o seu afastamento foi visto como tendo servido para retardar o lançamento do exercício da bolsa.
No seguimento da demissão, as autoridades foram criticadas por o terem destratado através de um comunicado no site do Ministério das finanças por ter alegadamente "mentido" em relação a entrada em funções da bolsa de valores. Diz-se que foi feito “bode expiatório” para cobrir as promessas do ministro das finanças Carlos Alberto que prometeu que tudo faria para que a BVDA entrasse em funcionamento no ano de 2011.