Em primeiro lugar, questionamos o Sr. N’Gonda.

O Senhor, que levou a cabo um simulacro de congresso, realizado em instalações governamentais e aparentemente, subsidiado pelo partido do governo, que de há muito tempo a esta parte, mais não tem feito do que dar seguimento à mais do que requentada politica das renovadas, ao fazer esta proposta, vai propor a seguir um acordo pré eleitoral com o MPLA, de forma a garantir-lhe, de forma oficial, uma qualquer sinecura?

Será que o Senhor ainda não percebeu que a sua subsidiada e teleguiada, tentativa de desestabilização interna, há muito que foi percebida por todos nós?

Do exterior, onde, dolorosamente excluídos do processo eleitoral, por receios óbvios dos seus promotores e parceiros mas, que nos permite ter uma melhor perspectiva geral, vamos assistindo envergonhados às suas tristes e degradantes figuras, convidamo-lo a assumir de vez a sua militância no partido do governo ou, que aproveite as condições que são postas à sua disposição para, como outros já o fizeram de forma mais clara e transparente, dinamizar mais um apêndice, daqueles que se vão agrupando à sombra das avultadas verbas que o MPLA vai distribuindo, para parecer mais abrangente na sociedade angolana.

O Senhor já nada tem a ver com o nosso Partido, tão só e apenas se tem serviço do nome da FNLA para se auto promover.

Pensando interpretar os anseios da maioria dos militantes, principalmente, os da diáspora, convidamo-lo a renunciar de vez a estas torpes manobras, pois já não consegue enganar ninguém.

Vamos agora ao Senhor Carlinhos Zassala.

Caro Irmão Zassala, esteve presente no Congresso realizado em Novembro.

Saudamo-lo pela sua militância e princípios democráticos que o levaram a este pleito eleitoral e apenas lamentamos que não tenha levado estes até ao fim.

Em democracia, aquela que é observada pelo voto secreto e não a centralizada, a de braço no ar, ganha quem tem mais votos.

Para nós que, cá de longe, apreciamos a sua disponibilidade e frontalidade, estando habituados a ver eleições ganhas e perdidas pelo voto secreto, causa-nos alguma tristeza vê-lo enveredar pelo caminho que tem seguido.

O tempo é de juntar vozes dentro do Partido e não de dar guarida a submarinos.

Se o Irmão pretende mesmo a resolução dos problemas que do exterior têm sido instilados no nosso partido, só tem que procurar a Direcção eleita no Congresso a que concorreu e perdeu. Em democracia partidária, não é com querelas externas que resolvemos os nossos diferendos.

Caro Irmão Zassala, convidamo-lo a acabar com os processos dilatórios a que se tem dedicado e que junto da Direcção Nacional, mormente, com o Irmão Presidente eleito, N’Gola Kabango e demais BP, apresente as suas reivindicações, democraticamente e intramuros.

Para tristes figuras, já temos que cheguem, as do outro senhor. . .

O Partido e especialmente, nós, os da diáspora, esperamos o seu bom senso e colaboração, para engrandecimento da F.N.L.A.

Ao Irmão Presidente N’Gola Kabango, reiteramos o nosso apoio na procura da harmonia e concórdia, visando a desejada pacificação interna.

Ao nobre povo angolano, as nossas cordiais saudações democráticas e compreensão para este doloroso parto democrático que estamos, corajosa e frontalmente a protagonizar. Assim os outros Partidos nos possam, seriamente, seguir.

Viva a Democracia.

Viva a F.N.L.A.

Liberdade e Terra

Viva Angola  

Cumprimentos, Salutations

Aníbal J. Russo

Fonte: Comité da F.N.L.A./Portugal