Luanda -  alando sob condição de anonimato, pelo receio de retaliação, os trabalhadores das cadeias afirmaram que os descontos afectaram os sargentos e agentes que agora auferem somente 32 mil kwanza contra 53 mil anteriores.


Fonte: UNITA

 

Os guardas prisionais manifestam-se descontentes com a direcção do Ministerio do Interior, devido aos descontos registados nos seus salários. Falando à Rádio Despertar alguns dos afectados exigiram explicações pelo ministro, ameaçando abrir os portões para os reclusos sairem, se o problema não for resolvido.


Falando sob condição de anonimato, pelo receio de retaliação, os trabalhadores das cadeias afirmaram que os descontos afectaram os sargentos e agentes que agora auferem somente 32 mil kwanza contra 53 mil anteriores.

 

“Tinhamos um salário aceitável, recebíamos 53 mil kwanzas e agoram pagam-nos 32 mil, mas o pior de tudo é que ninguém vem explicar-nos as razões da queda do salário”, afirmaram, exigindo a presença do titular do ministério do interior, para as justificações que se impõem.

 

Os guardas prisionais disseram não compreender as motivações dos cortes salariais, numa altura em que a economia é oficialmente considerada como estando a subir.

 

“Isso abalou-nos porque os afectados são os agentes e sargentos, porque é que não afectou também os chefes que ganham mais dinheiro”, lamentaram.


Ainda assim, os afectados acusam os órgãos de tutela de comenterem injustiça ao penalizarem aqueles que mais trabalham.

 

“ Nós os soldados somos quem mais trabalha, porque o chefe vai dormir em casa, o soldado passa toda noite a trabalhar e demanhã quando o chega pede declaração ao soldado. É o soldado que anda com as chaves da cadeia, é que vê os doentes e praticamente tudo está nas mãos dos soldados”, explicaram.

 

De acordo com as suas declarações, os guaradas prisionais já exigiram explicações dos directores dos estabelecimentos prisionais que não souberam dar solução ao problema, transferindo o assunto para as instâncias superiores do MININT.

 

Os homens que cuidam dos homens e mulheres em conflito com a lei desconfiam estarem a ser vítimas de alguma burla, justificada pelos documentos que lhes são entregues quando recebem seus salários. “Isso é brula”, disseram, exigindo reposição dos valores descontados dos seus salários.

 

“Eles têm que resolver essa situação, caso não nós andamos com as chaves, vamos abrir os portões e deixar os presos fugirem”, ameaçaram.