Lisboa - O Presidente José Eduardo dos Santos despachou, no fim de semana passado,  para Abdijan, o  Director Geral  do Serviço de Inteligência Externa, André Oliveira Sango  para restabelecer contactos com as autoridades daquele país  que haviam sido suspendidas por efeito do apoio de Angola, ao antigo presidente Laurent Gbagbo.


Fonte: Club-k.net

 Contactos  mantidos no  secretismo  

O emissário angolano  foi recebido pelo novo Chefe de Estado Ivorense,  Alassane Ouattara, na residência privada, no passado dia 18 de Setembro. O encontrou calhou numa altura em que o Presidente da Costa do Marfim preparava-se para seguir para Nova Iorque, para atender a Assembléia Geral das Nações Unidas.  Assistiu  audiência pela parte Ivorense,  o Ministro do Interior , Hamed Bakayoko. 

 

Para além mensagem  do líder angolano  as autoridades daquele país, o DG do SIE, aproveitou a ocasião para   clarificar  o impasse que caracterizavam as relações entre os dois país. Realçou aos seus interlocutores que nunca houve mercenários angolanos na Costa do Marfim, a apoiaram Laurent Gbagbo para se manter no poder. Transmitiu  também que  a dada altura as autoridades angolanas aconselharam o  ex- Presidente Laurent Gbagbo  a  aceitar os resultados das ultimas eleições presidenciais  que o davam como derrotado.

 

De lembrar que em 2003, o governo angolano havia ajudado o conflito militar naquele país através do  envio de tropas. Na altura as autoridades negavam o seu envolvimento mas anos  mais  tarde altos dirigentes angolanos admitiram  que a estabilidade na Costa do Marfim, deveu-se a “intervenção militar angolana”.

 

O regime angolano  foi tido como tendo  sentimento de gratidão a Laurent Gbagdo por ter sido a figura que após assumir o poder, na Costa do Marfim   ajudou  no desmantelamento das redes de influencia da UNITA de Jonas Savimbi naquele país que eram inicialmente apoiadas pelo falecido “pai da nação” marfinense   Félix Houphouët Boigny   que tinha como Primeiro Ministro,  Alassane Dramane Outtarra.

 

Os contactos que agora se observam  teriam iniciado a alguns meses atrás de  intermédios de canais franceses com quem as autoridades angolanas abordaram. A abertura dos  contactos coincidiram numa altura  em que chegou a Luanda  um enviado especial de Alassane Ouattara.