Em entrevista à Agência Lusa, o presidente da FNLA, Ngola Kabango, também espera que a composição do próximo parlamento "traduza a importância histórica" daquele que se diz o mais antigo partido político angolano.

Com apenas cinco cadeiras na última formação do parlamento, Ngola Kabango conta, desta vez, em "construir um grupo parlamentar de 50 deputados" para traduzir "importância e influência" da FNLA no país e permitir "levar adiante a revisão da Constituição".

A FNLA, segundo Kabango, quer que a próxima Constituição atribua mais "capacidade de decisão" ao primeiro-ministro e ao governo, porque só assim “o parlamento poderá corresponder à vontade expressa pelo povo nas urnas”.

"Queremos uma Constituição que reflita a situação do país, que atribua poderes executivos ao primeiro-ministro, ao contrário do que acontece agora, em que essa prerrogativa pertence ao presidente da República", assinala Kabango.

Na entrevista à Lusa, o presidente da FNLA afirma ainda ser essencial que o "alicerce legal" de Angola aponte claramente que “é o homem que deve estar no início e no fim” da ação governativa e que isso se traduza numa “forte aposta” na formação profissional e acadêmica dos angolanos.

Ngola Kabango se propõe também a liderar uma "nova política" que ponha as riquezas do país, vindas de petróleo e diamantes, a "serviço dos angolanos", porque, atualmente, esses rendimentos "não se refletem na melhoria das condições de vida do povo".

O dirigente aponta as áreas da educação, saúde, habitação e transportes como exemplos dos campos que "tardam a ver refletido o crescimento econômico do país".A FNLA é herdeira da União dos Povos do Norte de Angola (mais tarde União dos Povos de Angola), criada em 1954. Seu líder histórico, Holden Roberto, morreu em agosto de 2007.

Fonte: Lusa