Paris - A candidatura para a inscrição na lista de património mundial da UNESCO da cidade histórica de Mbanza Kongo, na província angolana do Zaire, em Angola, foi considerada incompleta, disseram à Lusa fontes da UNESCO em Paris.

Fonte: Lusa

Uma carta já teria sido endereçada à ministra da Cultura de Angola, há cerca de uma semana, apresentando as razões pelas quais o dossiê foi considerado incompleto pelo Centro do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

 

O Centro do Património Mundial da UNESCO não explicou à Lusa as razões da decisão que impedem que a candidatura seja examinada pelo Comité do Património Mundial em 2016, remetendo para as autoridades angolanas. A representação angolana na UNESCO escusou-se a comentar o assunto.

 

A entrega formal da candidatura da cidade histórica do norte de Angola tinha dado entrada no final do mês de Janeiro, sete anos depois de iniciado o processo.

 

O projecto "Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar" tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património mundial da UNESCO.

 

Caso o dossiê tivesse sido aprovado, a UNESCO iria fazer deslocar uma equipa para comprovar no terreno os dados do documento.

 

O centro histórico de Mbanza Congo está classificado como património cultural nacional precisamente desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial. Envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina e que se estende por seis corredores.

 

Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

 

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado de "Tadi dia Bukukua", supostamente o antigo palácio real.

 

Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

 

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das actuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.