Luanda. - É quase unânime reconhecermos que há uma nova era em Angola e em particular na imprensa pública. Pois, foi, neste calor que a Televisão Pública de Angola (TPA), começou a metamorfose quer de conteúdo mais plural quer com analistas/comentaristas de todos os quadrantes do país.

Fonte: Club-k.net

Passou assim, em convidar no telejornal diariamente um analista residente. O deputado e vice-presidente da UNITA estreou-se nos seus ecrãs.


E no dia seguinte à sua intervenção, o deputado insatisfeito com o suposto mau “atendimento da estação” descarregou toda ira na sua página do Facebook, acusando-a de “censura”.


A TPA reagiu a quente extinguindo a relação de colaboração entre ambos, argumentando que Danda faltou com a verdade.


Entretanto, fazendo fé nos últimos acontecimentos trazidos na praça pública, levantaram-se inquietações. Ora, a TPA ao abrir espaço de análises e comentários, de certeza que elaborou o seu formato (parece que ao convidado é dito oralmente os temas).


Entendemos que a ser assim, não ajuda muito. Por isso que o analista deve receber preferencialmente por escrito o conteúdo analisar, (podem negociar telefonicamente e no dia de abordar assinarem o acordo com os temas).


Porquanto por causa da delicadeza dos assuntos a tratar, que em regra não engajam o órgão mas sim o colaborar. E mais, o dever de sigilo do analista/comentarista (quem anda nas redacções ou com jornalistas pode obter informações sensíveis dos órgãos).


Por outro lado, Raúl Danda que é um político experimentado, aliás, é também jornalista sabe de olhos vendados a utilidade do casamento entre a política e a imprensa sobretudo na nossa realidade que a comunicação social pública andou asfixiada e está a libertar-se progressivamente do cativeiro. E pior ainda nesta fase do “renascimento angolano”.


Por isso havendo ou não censura, como diz ter acontecido, no interesse e estratégia do seu perfil e do partido deveria apenas “engolir todos os sapos” (bastava perguntar ao presidente da UNITA Dr. Isaías Samakuva o quão saboroso e vantajoso é engolir os sapos).


Neste momento de estreia do “novo país”, é importantíssimo, impor-se como analista/comentarista (Marcelo de Sousa foi eleito Presidente de Portugal além de outros atributos, valeu-lhe também actuação como comentarista), e conquistar espaço sobretudo aos cidadãos cépticos e apartidários, eleitores flutuantes e outros. Portanto, com um discurso equidistante do projecto de Muangai, mais virado para “coerência científica.”


E mais, se na verdade sentiu-se lesado com a TPA, deveria escrever ou marcar uma audiência para expor o que considerou de “mau comportamento”. De igual modo, a TPA antes de reagir, devia convocar/convidar o deputado e a equipa de serviço para acareação. “É conversando que os homens entendem-se”.


Talvez, assim, evitaríamos as insinuações de censura ou de má-fé gratuitamente, que fomos obrigados ver.


Haja juízo, agora!
Domingos Chipilica Eduardo