Luanda - O empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais reclama, na Justiça das Maurícias, o acesso às contas que lhe foram congeladas, para movimentar 850 mil dólares, que diz serem necessários para pagar salários e suportar custas processuais. A argumentação não convence as autoridades, que recusam o pedido sob a alegação de que a Quantum Global tem liquidez, porque transferiu recentemente 30 milhões de dólares de duas das 91 contas bancárias congeladas. O diferendo tem "round" marcado para 11 de Maio.


Fonte: NJ

As queixas da Quantum Global sobre os prejuízos causados pelo congelamento das suas contas bancárias e suspensão de licenças de investimento nas Maurícias sucedem-se há três semanas, com a empresa a alertar para o impacto dessas medidas sobre milhares de funcionários.


"Milhares de trabalhadores valiosos que temos em África não receberam os salários, incluindo 30 funcionários nas Maurícias", informava, em comunicado divulgado a 18 de Abril, a firma conduzida por Jean-Claude Bastos de Morais.


Na mensagem, o empresário suíço-angolano alertava também para sérias disputas legais e contratuais, incluindo por reclamações de prejuízos, suspensão de relações bancárias e imposição de multas, que poderiam surgir se a situação se continuasse a arrastar.


Mais do que chamar a atenção para os danos da acção desencadeada nas Maurícias, a Quantum Global - que continua a reclamar junto das autoridades mauricianas uma explicação para as sanções aplicadas -requereu o acesso a 850 mil dólares para pagar salários e custas processuais.


Segundo relata a imprensa local, o pedido foi negado porque a Unidade de Informação Financeira rastreou uma transferência recente de 30 milhões de dólares de duas das 91 contas bancárias congeladas.


De acordo com o site Défi Media, esse movimento foi realizado a 13 de Abril, três dias antes dessas contas terem sido bloqueadas, levando as autoridades mauricianas a concluir que a Quantum Global tem liquidez para fazer face aos compromissos invocados.


O diferendo será discutido no próximo dia 11 de Maio, revela a mesma publicação.


A espera é descrita pela empresa presidida por Bastos de Morais como parte de "tácticas dilatórias", incluídas numa estratégia para "causar o máximo dano" nos fundos de investimento que gere.