Espanha - As autoridades espanholas detiveram 39 pessoas, incluindo um cidadão angolano, por suspeitas de envolvimento numa rede de tráfico de seres humanos, na sua maioria paquistaneses.

Fonte: EL Mundo

De acordo com a investigação, desencadeada a partir de uma denúncia, as vítimas trabalhavam em restaurantes de comida paquistanesa, situados na província espanhola de Málaga, onde eram obrigadas a cumprir jornadas laborais de 12 horas, sem um único dia de descanso semanal.

Em troca recebiam no máximo 500 euros, valor que nunca foi declarado.

Para além da exploração laboral a que estavam sujeitos, os trabalhadores eram coagidos a contrair dívidas entre 8.000 e 10.000 euros junto dos seus empregadores - tal como a maioria deles, oriundos do Paquistão - para garantir a autorização de residência espanhola.

Segundo os investigadores, citadas na imprensa local, esse processo de legalização era tratado com a ajuda de um angolano, que, através de pagamentos de 2.000 euros, convencia espanholas financeiramente vulneráveis a casarem-se com as vítimas.

Sem outra hipótese de obterem documentos - visto que eram estrategicamente escolhidos por não cumprirem os requisitos que a lei espanhola exige para contratação de estrangeiros -, os trabalhadores facilmente alinhavam nos matrimónios por conveniência.

O esquema envolvia ainda a participação de funcionários bancários e da segurança social.

Durante a operação, as autoridades espanholas apreenderam acima de 170 mil euros em dinheiro, bloquearam contas bancárias com mais de 160 mil euros e propriedades imobiliárias avaliadas em quase 900 mil euros.