Luanda - Cerca de mil antigos militantes do MPLA passaram-se para as fileiras da UNITA, nas últimas semanas nas províncias do Bié, Kwanza e Benguela. O facto foi revelado pelo líder do Galo Negro, em conferência de imprensa havida no passado dia 4 de Julho de 2011.


Fonte: UNITA


De acordo com Isaías Samakuva, não corresponde a verdade o argumento de que a UNITA esteja a morrer.

 

“Na realidade o que nós estamos a constatar é um crescimento enorme do nosso partido”, afirmou o presidente Samakuva que aproveitou o ensejo desdramatizou a passagem do Dr. Aniceto Hamuakwaya para o partido no poder noticiada semana inteira nos órgãos de comunicação social do Estado.

 

Segundo afirmou, Hamakwaya há muito tempo deixou de pertencer à UNITA, em carta dirigida há um ano à direcção, aquele cidadão renunciava a sua condição de militante do Galo Negro.

 

Isaías Samakuva disse que a opção política das pessoas é uma questão pessoal, admitindo que as pessoas são livres de optar pelo MPLA ou pela UNITA.

 

“Na realidade nós estamos a receber muita gente vinda do MPLA. Só em Junho os relatórios vindo do Bié, Huambo e Benguela fazem alusão a 983 cartões de membros do MPLA que se passaram para as fileiras da UNITA”, explicou, sublinhando serem situações factuais de elementos que pertenceram ao MPLA.

 

“Os que vieram e disseram queremos ser da UNITA e os nossos cartões do MPLA estão aqui”, explicou, acrescentando que a situação é geral, abrangendo também a cidade capital.

 

Para o presidente Samakuva que justificou a postura do seu partido de nunca ter revelado o facto por ser humilhante, considerou importante e significativa a entrada de novos membros nas fileiras do Galo Negro, pois aumenta o universo de votos.

 

Durante a sua última digressão, o líder da UNITA concentrou a sua atenção na fiscalização do cumprimento dos programas do Governo, suportados pelo orçamento geral do Estado. A esse respeito, o presidente Samakuva revelou ter constatado ausência de escolas construídas com fundos do Estado, ineficiência do programa de distribuição de água potável para todos.

 

“As pessoas nas comunidades como a de Chiuka consomem água das cacimbas”, disse. Com relação a habitação, a situação é catastrófica. Não há casas erguidas no âmbito de programa de melhoria de condições habitacionais do povo.

 

“Quando falamos estamos de facto a dizer a verdade que correspondem a realidade no terreno”, justificou as suas criticas.

 

Durante a sua digressão, o presidente da UNITA conversou com as autoridades tradicionais, com os representantes da administração do Estado e com as populações em geral de quem ouviu e tomou nota das suas prementes preocupações.

 

A intolerância política nos tempos de paz e reconciliação nacional foi outro assunto trazido ao debate pelas populações das comunidades visitadas pelo líder da UNITA, ao município da Katabola, onde as pessoas são obrigadas a passar as noite na mata fugindo perseguições politicas.