Benguela - A Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), braço juvenil do maior partido na oposição, ameaça sair às ruas em caso do partido no poder (MPLA) ousar – mais uma vez – aprovar um pacote legislativo fora dos parâmetros da Constituição vigente.


Fonte: Club-k.net


“O comité nacional exorta a opinião pública nacional e internacional que se o MPLA ousar aprovar o pacote legislativo fora dos parâmetros da lei, reafirma a sua inquebrantável intenção de reclamar a soberania do povo nas ruas, protagonizando manifestações de protestos generalizados”, pode-se ler no segundo parágrafo do comunicado final da II reunião ordinária de Comité Nacional da JURA realizada em Benguela.

 

De acordo com o documento em nossa posse, a JURA considera ser abuso por parte dos “camaradas” usar a sua maioria parlamentar para subverter a democracia aprovando leis que ferem o estado democrático de direito. Pois esta organização entende que “fora dos marcos da Constituição, não haverá negociação política possível”.


Razão pela qual os “pequenos maninhos” aconselham os legisladores constituintes “a darem um exemplo patriótico na aprovação de uma Lei Eleitoral que se conforme escrupulosamente a Constituição”, aprovada pela bancada parlamentar do partido dos “camaradas”, em Janeiro do ano transacto.

 

Por outro lado, os membros do comité nacional da JURA consideraram provocatório o mais recente discurso do Presidente da República, ao reiterar que a pobreza que corrói o tecido social angolano seja uma herança colonial. “Enquanto uma minoria em que pontificam seus filhos e colaboradores, de dia para noite, se tornaram milionários sem nenhuma explicação plausível”, justificaram.

 

Como não poderia deixar de ser, os “Juristas” repudiaram o comportamento antidemocrático protagonizado pelos dirigentes do MPLA, na província de Malange, que sob a cobertura das autoridades policiais, realizara uma manifestação provocatória que “tenta contra os princípios democráticos consagrados no ordenamento jurídico angolano”.

 

Por fim, os mesmos protestaram a decisão infantil da CPI por não ter sido imparcial no seu relatório de inquérito sobre a intolerância política na província do Huambo. “Isso demonstra com clareza a tamanha irresponsabilidade patriótica, ao mesmo tempo, um desrespeito a dignidade da pessoa humana”, asseguraram, saudando a visita da chanceler alemã, Ângela Markel.

 

“Agradecemos o povo alemão pela sua disponibilidade em ajudar os angolanos no processo de consolidação do Estado de Direito, no estrito respeito da dignidade inviolável da pessoa humana, bem como da transparência na governação”, remataram.

 

Importa recordar que a II reunião ordinária de Comité Nacional da JURA decorreu sob o lema “Juventude angolana com a UNITA na vanguarda salvemos a nossa pátria da exclusão porque podemos”, foi presidida pelo seu secretário geral, Nfuka Fuakaka Muzemba, no âmbito das comemorações do 37º aniversário da fundação daquela instituição.