Benguela - Na sequência da sua visita à Benguela, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva realizou na tarde de sábado um comício popular no bairro da Canata, ao município do Lobito.


Fonte: UNITA


Aspectos políticos, sociais e económicos marcaram o discurso do líder da UNITA para as populações do histórico bairro da Canata. Isaías Samakuva manifestou-se satisfeito com o crescimento do seu partido no Lobito, tendo reconhecido que a situação actual é bem melhor.

 

Assegurou aos militantes que os objectivos pelos quais a UNITA se vem batendo estão à vista esta, observando-se no horizonte a luz. Face aos enormes desafios da mudança de regime que Angola precisa operar, Isaías Samakuva apelou para a unidade de todos os angolanos em torno do que é essencial para as suas vidas. Uma das questões essenciais que deve ser acompanhado por todos, de acordo com o líder da UNITA, é o debate do Pacote legislativo Eleitoral, no âmbito da preparação das eleições.

 

Explicou as razões da retirada do grupo parlamentar da UNITA da sala, na sessão dedicada a aprovação da resolução sobre o Pacote Legislativo, como protesto contra a violação da Constituição pelos deputados do MPLA.

 

De acordo com o líder da UNITA, o seu partido e demais forças vivas do país querem uma comissão nacional eleitoral independente, com competência de organizar as eleições.

 

Depois de fazer um resumo histórico das eleições realizadas em Angola, em 1992 e em 2008, com o envolvimento da administração pública, que redundaram numa fraude de grande envergadura, Isaías Samakuva disse que o seu partido não tem confiança no executivo de José Eduardo dos Santos.

“Com ajuda de peritos americanos descobrimos o que se passou nas eleições de 1992 e 2008, houve fraude”, revelou o líder da UNITA, justificando-se cada vez mais a necessidade de as eleições serem organizadas por órgãos de administração eleitorais independentes, nos termos do artigo 107 da Constituição da República de Angola.

 

Isaías Samakuva fez uma incursão sobre o calvário do povo angolano, desde a falta de emprego digno, passando por dificuldades de escolarização das crianças, corrupção, condições deficientes de assistência médica e medicamentosa, sublinhando que a situação só irá inverter com uma vitória eleitoral da UNITA, para formar um governo cujo exercício corresponda aos anseios do povo angolano.

 

As consequências dos desalojamentos levados a cabo pelo executivo angolano em diferentes províncias, a falta de água potável, energia eléctrica e falta de saneamento básico foram outras notas que mereceram críticas do presidente da UNITA, para quem a ausência de uma política de quadros faz com que muito angolanos formados fiquem sem emprego.

 

A esse respeito Isaías Samakuva criticou a politica do executivo que privilegia a massa trabalhadora estrangeira, sobretudo chinesa, em detrimento dos quadros nacionais.

 

A exclusão social foi outro assunto levantado pelo líder da UNITA que apontou exemplo prático dessa realidade, de jovens formados e participaram do concurso público mas que foram rejeitados por terem filiação política diferente do MPLA.

 

“O estado que temos idealizado nas nossas mentes é o país de todos, de Cabinda ao Cunene e do Moxico ao mar, não queremos um país que discrimina as pessoas na base da sua região ou camisola política”, disse Samakuva.


Face ao ambiente eleitoral que se avizinha e dada a necessidade de mudança da situação do país devido ao mau desempenho do executivo do MPLA, o presidente Samakuva apelou aos angolanos a rejeitarem as falsas promessas que vêm sendo feitas ao longo dos 36 anos pelo partido no poder.