Huambo - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pediu  aos angolanos, no Huambo, centro do país, para que construam melhor do que construíram os portugueses no tempo colonial o que foi destruído pela guerra.


Fonte: Lusa/Angop

Nós estamos a trabalhar para nós próprios

José Eduardo dos Santos dirigia-se a milhares de pessoas que esperavam para o ver, num largo defronte ao governo provincial do Huambo, no planalto central angolano, região á qual o Presidente já não se deslocava desde 2003.


“Meus caros amigos, compatriotas da província do Huambo, hoje é um grande dia para esta província, é um dia de festa e nós não podíamos deixar de estar aqui neste dia para comemorar convosco a chegada do comboio, que muita gente não acreditava que apitaria tão cedo na cidade do Huambo”, afirmou o Chefe de Estado quando falava à população no Largo Dr. Agostinho Neto.

 

Referiu que quando destruíram a via-férrea partiram todos os carris, estações, colocaram minas anti-pessoal e anti-tanque na extensão da via-férrea, pensaram que “nós levaríamos dezenas de anos para restabelecer a via e circulação, entre o Huambo, Benguela e Lobito”.


“Mas os que pensaram assim se enganaram, porque afinal nós construímos tudo de novo o que havia antigamente do tempo colonial era bom para aquele tempo, mas nós reconstruímos, diria que construímos de novo a línea férrea e as estações, (…) temos hoje, uma linha férrea mais moderna, mais capaz de suportar cargas e transportar mercadorias e passageiros e assim é que deve ser”, considerou.


Lembrou que os portugueses trabalharam para si no tempo colonial, “nós estamos a trabalhar para nós próprios”, frisou, observando que a guerra no Huambo destruiu e criou muito sofrimento.


“Estamos em paz e nós os angolanos temos que construir melhor do que construíram os portugueses no tempo colonial”, sublinhou.


“Algumas pessoas pensaram que viria uma delegação de Luanda sem mim, mas eu fiz questão vir e estar aqui convosco nesta data memorável, sobretudo porque acredito e confio na força, no dinamismo e na entrega dos nossos trabalhadores do Huambo", asseverou.


Segundo o estadista, “foi por isso que os engenheiros, técnicos, funcionários especializados e os mais velhos, alguns com mais de 60 anos, estão nos Caminhos-de-Ferro de Benguela ( CFB) a trabalhar dia e noite com uma equipa de uma empresa chinesa, também capaz e hoje temos a alegria de trazer até aqui o comboio”.