Brasil - Fernando Camuaso é o primeiro jornalista diplomado cego de Angola e graduou-se em Dezembro de 2010 na Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina).   É  assim, que publicamos na íntegra a uma nota de esclarecimento produzido por um dos ex-professores da universidade referenciada quanto as dificuldades que Fernando Camuaso tem encontrado para encontrar um trabalho como jornalista.


* Artigo produzido por Mauro Meurer, jornalista
Fonte:  Club-k.net

A paixão de Fernando, é a rádio

Este artigo é um manifesto em favor da solidariedade, contra o preconceito e tem por objetivo prático dar autonomia financeira, com a sua ajuda, ao jornalista angolano cego Fernando Camuaso Segundo.


Não se trata de assistencialismo, mas de oportunidade de trabalho para quem tem formação, qualificação e boa vontade e empenho em querer produzir para se sustentar.


Fernando é jornalista formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina, Unisul, no campus da Grande Florianópolis. Foi meu aluno. Teve bom desempenho em todas as disciplinas, inclusive nas em que a parte visual seria um sério empecilho. Dei aula para ele de Edição em Mídia Impressa, e ele entendeu os conceitos e foi aprovado. Em Fotografia, com a professora Marina Moros, ele não só conquistou excelentes notas como produziu uma série de fotos que rodaram Florianópolis em exposições.


A paixão de Fernando, contudo, é o rádio. E ele demonstra intimidade com essa mídia, inclusive na internet, onde já manteve, por certo tempo, uma rádio online. Ser repórter de rádio, comentarista, correspondente ou mesmo DJ são funções que Fernando sabe executar como ninguém. Mexe em softwares como o Soundforge, faz edição e mixagem em áudio que um vidente teria dificuldades para competir com ele. Se você duvida, contrate-o, dê uma oportunidade a ele.


Fernando é capacitado. Jornalismo formado, diplomado, com registro encaminhado à Delegacia Regional do Trabalho em Santa Catarina. Tem outros cursos também, como de DJ, atendimento e telemarketing, massoterapia e reflexologia.


O problema é que, apesar de todas as qualificações, o Fernando não consegue trabalhar. Eu mesmo o acompanhei a algumas entrevistas de emprego, em vagas para pessoas com deficiência. E, sinceramente, começo a perceber que tem preconceito na jogada. O próprio Fernando me relata isso. O Fernando é tímido, mas num microfone se comunica belamente. Para ele, a cegueira não é barreira alguma. Para os outros, os empregadores, infelizmente, parece que é. Você atende aquele sujeito cego, negro, angolano e duvida da sua capacidade. Não acredita que ele possa ser DJ, radialista, jornalista, fotógrafo, massagista. Num primeiro contato, por telefone, as portas se abrem. Num segundo contato, pessoalmente, as perspectivas se esfriam. Não dá para entender, a não ser pelo viés injustificável do preconceito.


Agora, me relata o Fernando, ele enfrenta o desdém do próprio empregador angolano. Pela internet e pelo skype, ele tem oferecido os seus serviços como correspondente. As pessoas dizem que vão ajudá-lo, mas depois simplesmente não dão retorno, nem atendem mais as suas chamadas.


Claro que ninguém é obrigado a empregá-lo. Mas custa testar a sua capacidade? É esse apelo pela cidadania que estamos fazendo. Abaixo o preconceito. Dê uma chance ao Fernando. Ele vai corresponder.


Se você tem poder de decisão sobre contratações, dê uma oportunidade ao Fernando, como jornalista ou radialista.


Se você não tem poder para contratar, mas quer fazer uma festa, chame o Fernando como DJ.


Se você não vai fazer uma festa, nem pode contratar alguém, mas precisa de uma massagem relaxante, de uma quick massage, uma reflexo ou massoterapia, chame o Fernando.


Ou seja, você tem autonomia para dar autonomia a um cego, que só quer trabalhar e ganhar com dignidade o seu sustento.


FALE COM FERNANDO CAMUASO

00.55 (48) 9905.2909
00.55 (48) 9159.0177

Skype: camuaso

Twitter - www.twitter.com/camuaso

E-mail & messeger: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
 


Artigo relacionado

Fernando Camuaso, primeiro jornalista diplomado cego de Angola