Lisboa –   Eduardo Filomeno Bárber Leiro Octávio  é  na hierarquia do Serviço de  Inteligencia  e Segurança de Estado (SINSE), o numero dois. Descrevem-no como uma figura bastante discreta e competente ao ponto de  exceder-se ao  sacrificar o tempo destinado a  família para  o  trabalho (No passado, isto  já  lhe causou problemas no lar).  O  seu lado  integro  inspira  os que  com ele  trabalham mas é a sua faceta humanista que é realçada por todos sítios por onde já trabalhou.  


Fonte: Club-k.net

JES  deu-lhe o dossiê  eleições

Na era colônia, Eduardo  Octávio  era  actor de fotonovelas. Convivia com uma elite de jovens do seu tom de pele, mestiço e a dada altura   chegou a ser mal interpretado. Mas não era este o caso.  Logo após a independência, largou a actividade de actor  e passou  para a  extinta  DISA- Direção de Informação e Segurança de Angola.  Com a conversão desta estrutura em Ministério da Segurança de Estado (MINSE), o mesmo passaria a ganhar alguma visibilidade e por influencia  do  então  Chefe Nacional do Departamento da CIG do MINSE,  Paulino Domingos  Baptista “Mulele”,  a  quem conheceu por intermédio da  sua irmã, Eduardo  Octávio   seria promovido a chefe do Gabinete do Plano adstrito ao gabinete de Baptista  “Mulele”.


Em 1983   quando a então chefia da  Segurança de Estado na província de Benguela, cai em desgraça,  Octavio Barber seria a figura a ser indicada  como  delegado provincial do MINSE. O novel Octavio Barber acabaria por substituir uma   experimentada equipa  composta por  Major Kambá (Major nome, não posto)  Kyamukambá (chefe do departamento  das operações- DOI) e Jojó (Chefe provincial da CIG).  Semanas antes da sua  nomeação, esteve nesta  província, na qualidade de  responsável do gabinete do plano,  em companhia de Baptista “Mulele”, em missão  de ajuda e controle.


Nesta  época o MINSE, não obstante, ter sido   uma estrutura de inteligência, era ao mesmo tempo  um órgão paramilitar  e  por conseguinte com batalhões estacionados no Kulango e Pundo,  aldeias do município do Lobito. Eduardo Filomeno Bárber  Octávio, o novo chefe, em Benguela,  passou a ser tratado pela alcunha militar  de  “Comandante Jundungo”. Firmou-se como “comandante militar” e passou a ter do  lado quadros da  sua confiança,  como “Ludi”, então chefe da direção política, José Francisco, responsável do plano  e  “Lombo”, responsável da logística. 


Mais tarde,  verificou-se  que a   gestão da sua equipa, teria  precipitado  a  fuga de quase metade dos melhores operativos do MINSE na província de Benguela que optavam por ir noutras províncias onde acabariam  por  ocupar postos de vulto. Entretanto, Luanda viu que algo estava mal, e exonerou-o do cargo e no seu lugar entrou um  outro operativo,  Fernando Manuel.  Eduardo  Bárber  Octávio Octávio, o “comandante Jindungo”, fez uma ligeira   travessia no deserto, até que dois  anos depois  foi  chamado para chefiar a delegação provincial do MINSE,  na província do  Bié, isto em finais da década de 80.

 

Terminada a missão regressa a Luanda e inscreve-se na Universidade Agostinho Neto onde faz o curso de direito. Em 1997, já como jurista é chamado para desempenhar as funções de Director Geral da DEFA, altura em que esta instituição passa  a  adoptar o nome Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). A sua adjunta era Joaquina da Silva “Quina”, uma antiga subordinada sua na delegação do MINSE, em Benguela.

 

Em 1999, deixa o SME, para ser nomeado   Director Nacional da Investigação Criminal (DNIC). Era novamente  referenciado pela fama de  “muito dedicado” ao trabalho. Mostrou-se sensibilizado com a situação dos quadros e acabaria por ser mal interpretado  ao tentar  proceder algumas reformas e resolver o “velho” problema de  patenteamento (A DNIC enfrenta vários anos problemas de patente que não são ajustadas de acordo com a  carreira dos técnicos).  Sob proposta do então comandante-geral da Polícia, Alfredo José “Ekuike”, o mesmo seria afastado do cargo, após ao alcance da paz  e transferido para o comando geral como chefe do  Gabinete de Inspecção.

 

No seguimento do afastamento de Fernando Miala do Serviço de Inteligência Externa (SIE) ao qual provocou  a queda da direção do então Serviço de Informações (SINFO),  Filomeno Barber Leiro Octávio, agora já um talhado  Comissário da Policia, seria indicado, em Abril de 2006, para substituir Feliciano Domingos Tânio da Silva do cargo de Chefe- Adjunto do SINFO.  O novo chefe indicado é Sebastião Martins, um quadro da confiança de Fernando Dias dos Santos “Nandó”.


 Por via do Decreto Presidencial Nº 245 /2010, o PR, confirma-lhe no cargo de chefe-adjunto do SINSE, quando  Sebastião Martins é nomeado para acumular a pasta  de  Ministro do Interior. No mesmo decreto é nomeado um segundo “chefe-adjunto”,  o coronel Fernando Eduardo Manuel que passa a responder pelos  órgãos técnico operativo-informativo vulgo “área operacional”.

 
 Com as competências repartidas a nível do SINSE,  o comissário Eduardo   Bárber  Octávio passa a ter a tutela dos órgãos de apoio instrumental  ou área administrativa conforme costuma-se dizer (gabinete de CIRPP – cooperação, direção de GRH - recursos humanos,  direção de AGO - gestão orçamental, direção SGAS- Apoio Social).  Nesta instituição é notabilizado pelo seu lado integro.  A   gestão do  orçamento do SINSE,  embora esteja sob sua  alçada, o mesmo,  de forma discreta evita proceder a  movimentações de verbas   sem o  consentimento de   Sebastião Martins, o titular da pasta.  No inicio quando o titular do cargo não aparecesse na sede do SINSE por efeito das suas ocupações no cargo de  ministro do interior; o comissário Eduardo   Octávio  preferia  aguardar pela  chegada do seu superior, do que  mexer nas verbas, na ausência daquele. Tal dependência a Sebastião Martins teria a dada altura provocado letargia na  instituição   que por outro lado não tardaram rumores invocando que  o seu  trabalho  estava a ser   involuntariamente sabotado.


Os  rumores (ou especulações ) ficaram mais sólidos, no ver de observadores,  quando o seu nome aparece, numa lista,  como proposta de Sebastião Martins, para se tornar no próximo comandante-geral da polícia Nacional, em substituição de Ambrosio de Lemos.  Corria que o Ministro tinha mais preferência por Fernando Manuel que é um veterano responsável pela sua ascensão ao tempo  em que esteve colocado no secretariado  do extinto MINSE.  As especulações em torno das chefias do SINSE, teriam se atenuado quando em finais de fevereiro  de 2011, Sebastião Martins, chama  Eduardo  Bárber  Octávio  para informá-lo que  o  queria ter,  para lhe acompanhar numa viagem de trabalho a Espanha, a 14 de Março daquele ano.


Eduardo  Bárber  Octávio , o sujeito da historia,  esta presentemente com uma agenda    apertada.  No  período da manha trabalha  no edifício do SINSE e  a  tarde, depois das 12h,  desloca-se  para  a Casa Militar do Presidente da Republica, onde  lhe foi dado a missão de acompanhar   o  dossiê  das  eleições de Setembro de 2012.