Kuito - O secretário provincial da FNLA no Bié, António Muhongo, afirmou hoje ( sexta-feira) na cidade do Kuito que a conquista do poder através de golpes de estado não faz parte da cultura dos angolanos que, tanto sofreram os horrores da cruel guerra que devastou o país.
Fonte: Angop
"O nosso país não necessita de golpe de estado como temos vindo a ver em alguns países africanos”, asseverou.
Em declarações à Angop, por ocasião dos dez anos de paz que se assinala no dia 4 do próximo mês, o político revelou que, à semelhança com que acontece no norte de Africa, jamais surgirá em Angola, justificando que os angolanos de Cabinda ao Cunene lutam actualmente na consolidação e preservação da paz alcançada com muito sacrifício e perda de milhares de vidas humanas.
António Muhongo considera ser necessário que as populações, em particular a camada juvenil, tenham conhecimento e consciência das principais dificuldades e perdas, desde o início da luta armada desencadeada pelo povo angolano contra o colonialismo Português que culminou com a conquista da independência do país.
Lembrou ainda que, após a expulsão dos colonizadores portugueses em Novembro de 1975, o país regrediu significativamente em todas as vertentes, dado o desentendimento entre os políticos, tendo levado a uma nova guerra civil que durou 27 anos.
António Muhongo reconheceu ainda, por outro lado, o empenho do governo angolano pela luta para o alcance da paz em 2002, após a assinatura do memorando de entendimento do Luena, província do Moxico.
“ É necessário que as nossas populações saibam dos ganhos da paz que o Executivo têm vindo a realizar em prol da melhoria das condições das populações, tais como a construção de escolas, hospitais, pontes, reabilitação de estradas nacionais e locais, em todas províncias”, defendeu.
Nesta conformidade, segundo o político, é importante que cada angolano construa de maneira positiva o desenvolvimento do país, participando assim nas acções de cidadania, a preservação dos bens públicos, visando servir nas futuras gerações.
Enalteceu, de igual modo, o contributo do Executivo no que tange a formação de quadros com vista a possibilitar sua participação no crescimento socioeconómico do país, especialmente nesta província.
Para o primeiro-secretário da Frente Nacional de Libertação de Angola no Bié, a reabilitação do caminho-de-ferro nesta parcela do território nacional poderá facilitar o desenvolvimento socioeconómico da província.
António Muhongo solicitou ao executivo desta comunidade no sentido de prosseguir com as reabilitações de vias de acesso do interior da província, visando garantir condições básicas e sociais às populações das zonas rurais e não só, uma segurança na transportação de mercadorias e bens.
