O responsável angolano reagia assim ao mais recente  relatório do Parlamento Europeu, segundo o qual Angola teria suspenso as negociações com o FMI quando a China ofereceu um empréstimo de dois mil milhões de dólares  (1,276 mil milhões de euros), sem impor condições em matéria de corrupção ou de transparência, “um cash flow” que representa um impulso financeiro para o partido no poder na perspectiva da preparação das próximas  eleições.

Segundo Bastos de Almeida, “Angola é um país membro do FMI e ao abrigo do artigo quarto recebe duas vezes por ano missões daquela instituição internacional e que tem sido recebida pelo governo de Angola”. “O que pretendíamos do FMI é nos ajudasse a organizar a conferência de doadores, mas como condição impunham-nos que liquidássemos a dívida com o Clube de Paris, para que o país tivesse um programa financeiro do FMI”, salientou o porta-voz.

Segundo este responsável, Angola por “meios próprios” conseguiu liquidar essa dívida e foi aceite no Clube de Paris.

Em relação ao financiamento chinês, Bastos de Almeida referiu que as condições que a China ofereceu a Angola foram “favoráveis” e que nenhum outro país se disponibilizou. “Se fosse a Espanha, Itália, França ou outro país a oferecer esse empréstimo nas condições idênticas às da China, Angola teria acedido. Não houve nenhuma relação de namoro entre Angola e a China, mas sim de negócios”, frisou.

“A China não vem buscar petróleo a Angola porque somos muito ricos, mas porque é mais barato vir buscá-lo cá do que aos Estados Unidos da América”, acrescentou.

Fonte: Lusa