Lisboa - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos mostrou-se prevenido de eventuais incidentes ou planos encobertos que poderiam advir da manifestação convocada pela UNITA, no sábado (19), contra o seu poder.
Fonte: Club-k.net
A evidencia esta no recurso ou cerco reforçado pelo comando da Guarnição Militar (GML) de Luanda que saiu a rua. Uma versão que circulou em meios militares dá conta que um dos seus comandantes identificado por Vasco Chimuco, terá recebido instruções para balear manifestantes que pela euforia (de se dirigirem ao palácio presidencial) rompessem o cordão de segurança interposto, a partir da rua António Barroso, nos arredores do distrito da Maianga. Não está claro, se a “ordem transmitida” seria para balear mortalmente ou se era para fazer tiros no ar no sentido de afugentar eventuais jovens “arruaceiros”, que quisessem romper o cordão de segurança criado para o efeito.
A saída dos militares da GML, foi paralela a movimentação nos arredores da manifestação de um corpo do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), identificado pelo código de OV - Observadores Visuais que terão chegado ao local do roteiro da actividade da UNITA e arredores nas primeiras horas de sábado. Os “Observadores visuais” são indivíduos da Inteligência que servem de antenas para captar qualquer sinais de descontentamento por parte da população ou de um grupo alvo, registrar o EOC (Estado de Opinião e Comentário) endereçá-lo para um “estado-maior” pluridisciplinar para atender a demanda do regime.
O presidente JES é entendido como não simpático a manifestações que não sejam a ser favor ou que coloquem em causa ao seu regime. Tão logo soube das pretensões da UNITA em sair a rua, uma sua suposta “orientação superior”, chegou ao Tribunal Supremo, a 14 de Maio, dando orientações para que repusessem a legalidade no dossiê em torno da então “Presidente” da Comissão Nacional Eleitoral. A idéia foi no sentido de desencorajar as pretensões dos partidários de Isaías Samakuva, o líder do “Galo Negro”.
Em círculos políticos em Luanda, há também a versão de que uma manifestação da UNITA, demonstrando a sua popularidades, como aconteceu sábado, poria em causa a propaganda das autoridades segundo a qual o maior partido da oposição estaria “acabado” e que o seu apoio nas próximas eleições pode corresponder a um numero inferior a 16% de votos do eleitorado angolano.