À: QUEM DE DIREITO E AS AUTORIDADES
DO GOVERNO DE ANGOLANA.
 
LUANDA
 
 
ASSUNTO: NOVA COLONIZAÇÃO, BRASILEIRA NA MOVICEL.
 
 
Tudo começou quando, após a privatização da Movicel, os seus legítimos Accionistas, que não sabe ao certo quem são, decidiram presentear, com a Direcção Geral da Empresa, o pequeno Zandre Campos (com então 30 aninhos), por ter finalizado com êxito o curso superior de Direito.
 

Zandre, iniciou a brincadeira, deixando escaparda sua mão,grande parte dos quadros importantes e competentes da Empresa, a mesma que foi considerada por estudos feitos e publicados, uma das 5 melhores Empresas, para se trabalhar em Angola.
 

Depois de cerca de um ano tentar com êxito, afundar o seu presente do fim de curso, eis que em Novembro de 2011, os mesmos Accionistas decidem contratar aquele que dizem ter sido um ÀS nas Telecomunicações do Brasil que, para quem jálá esteve, sabe que não funcionam.
 

Yon Junior, assumiu a Direcção Geral da Movicel, certamente com o objectivo de povoar a Empresa com todos os brasileiros que puder, com o pretexto de que em Angola não existem Quadros capacitados para o efeito. Desde a sua nomeação já foram vítimas de despedimentos e exonerações, sem quaisquer justificações plausíveis (sem mais, nem porquês), mais de 50 quadros Angolanos e Portugueses, entre pessoal de base, Chefias intermédias e Directores,em substituição foram nomeados Chefias intermédias e Directores, de nacionalidadeBrasileira.

 
Os novos Funcionários Brasileiros, são contratados com salários 3 a 4 vezes superior do que os Angolanos na mesma função, na qual beneficiam-sede mordomias absurdas tais como:
 

- Vivendas alugadas em condomínios de luxo;

-Carros alugados avalores altos (a preço por dia), estes não podem ter timbre ou logótipo da Empresa;

- Disponibilidade de uma outra viatura para apoio das famílias;

- Propinas para a escola dos filhos, motorista, jardineiro, comprade loiça e lençóis da cama onde dormem também são financiados pela Movicel, permanecendo intactos os seus salários;

- Trazem para viver às custas da Movicel as esposas, os filhos, os sogros e se calhar os cães, os gatos e os periquitos;

- Gozam férias 3 vezes por ano com a família e beneficiam todos de bilhetes de passagem em 1ª classe, com destino a sua escolha.
 
Pergunto: Quem dos angolanos beneficia de metade destas regalias?

 
Grande parte dos Brasileiros da Movicel, não têm mais de 30 anos de idade e são contratados para alegadamente “emprestarem” os seus conhecimentos para o crescimento da empresa, pelas suas vastas experiências profissionais (sem comprovação)! Na realidade, se constata que eles vêem aprender com os Quadros Angolanos.

 
Ao fim ao cabo, aEmpresa tem vindo a decair a cada dia que passa e esta realidade já é visível até para quem está de fora. Com a confusão de serviços e campanhas que diariamente agridem o mercado e o público consumidor, onde claramente tais serviços e campanhas são lançados sem planificação eficiente e total falta de conhecimento da cadeia de funcionamento da empresa, originando a constantes quedas de sinal, baixa de qualidade de serviço e da rede (O que ocorre com as operadoras no Brasil) e constante prejuízo para os Agentes Autorizados.
 

Todos os dias, os trabalhadores angolanos da Movicel (Formados e Não formados), sem excepção, trabalham apenas para garantir o sustento das suas famílias, estando todos a dedicar-se a pesquisar trabalho e enviar CV para outras Empresas, pois, o clima de instabilidade e desconfiança é reinante. Diariamente trabalham receosos por não saberem quando irá chegar a sua vez de serem despedidos(mesmos estes a trabalharem bem ou mal), porque não tarda, os seus lugares serão ocupados por brasileiros que poderão a curto prazo assumirtambémfunções de assistentes de loja, secretárias ou mesmo motoristas.

 
Hoje, devido aos custos altíssimos que acarretam as contratações estrangeiras, pagamento de indeminizações a qualquer preço (porque simplesmente querem se livrar deste ou aquele funcionário, considerado pessoa “non grata”), verifica-se situações de pagamento duplicado de salários e regalias para a mesma função (actual situação do antigo Director Comercial e o novo Director de Marketing e Vendas).

 
A Movicel nada oferece de benefício aos seus funcionários Angolanos, por falta de políticas sociais afins. Todos os projectos que existiam na antiga gestão e estavam prontos a entrar em vigor, tal como os acordos com Bancos para ajudar os funcionários, com vista a abertura de linha de crédito para aquisição da casa própria e outros, foram simplesmente colocados na gaveta. Os mesmos nao dão, tal importancia neste Projectos, pelo facto de os Brasileiros em menos de um ano de serviço na Movicel, conseguirem arrecadarem dos seus salarios avultados, dinheiro suficiente para tirarem umas férias e irem para o Brasil, e darem-se o luxo de comprarem as suas casas a cash "Dinheiro Vivo".

 
Conclui-se que com a privatização da Movicel, as condições de trabalho dosfuncionários, deterioraram-se em detrimento do maior número de despesas comparativamente as receitas,e não são visíveis indícios de crescimento da Empresa, a que se pode prognosticar uma falência a médio ou longo prazo, se as coisas continuarem neste rumo. Estamos sem dúvidas, perante uma Direcção que “trabalha” sem grandes projectos futuros para a Empresa e para os seus colaboradores em prol dos seus interesses pessoais.Esta realidade é visível aos olhos de todos e ainda assim, os funcionários Angolanos, assistem impávidos e serenos, àEmpresa fundada por Angolanos e feita para os angolanos, cair num regime de ditadura Brasileira.
 

A empresa está a falir e a colocar em risco o sustento de muitas famílias Angolanas. Garantido está que nesta altura, não verão nenhum Brasileiro ficar para contar história, ao invés disso, irão tirar uma temporada na Europa para gastar 1%,da fortuna que arrecadaram na Movicel sem mexer um dedo porque, a gestão dos Brasileiros, consiste apenas em mandarem a partir das cadeiras confortáveis de seus Gabinetes,com ambiente de Ar Condicionado e chão alcatifado, enunca executam, ou constatam “in loco” as actividades da Empresa, nas suasdependências locais e Provinciais, deixando o trabalho complexo e árduo para os Angolanos!

 
Na gestão anterior a privatização, a Movicel estava já a ser preparada para a Angolanização e não se viam tantos estrangeiros a ocuparem cargos de relevo como vemos hoje. A Direcção primava por capacitar os quadros nacionais para que num futuro muito breve, assumissem a Direcção da empresa.

 
Nesta altura de celebração de 10 anos de paz efectiva, passado os anos difíceis de gestão devido o conflito armado que assolou o País, aMovicel, fundada e gerida por Angolanos, cresceucom estes, hoje considerados inaptos. Hoje,deveria continuar a ser preparada para ser gerida por angolanos, dentre eles muitos com alto nível de capacitação profissional e formação académica, ondeclaramente já deram provas nas acções a que são submetidos. Até quando,vamos continuar a admitir de braços cruzados estes abusos e discriminaçãoem nossa casa e em nossa terra?

 
Para finalizar, colocaria aqui um desafio a todos os funcionários, no sentido de se exigir ao Exmo. Sr. Director Geral Yon Junior, que se dirija de imediato aos seus colaboradores e se pronuncie sobre as Politicas e Directivas a que se propõe a sua gestão e que pare de imediato com a onda de descriminação e desvalorizaçãos dos quadros Angolanos, capacitados!