Luanda - Os líderes políticos do século XX e XXI seriam aqueles capazes de manipular as massas através da média (uma profecia acertada, se lembrarmos de Hitler, Mussolini e Getúlio Vargas e outros casos muitos próximos).“Gustav Le Bon”


Fonte: Club-k.net

Esta profecia a cima referida, esta ainda bem visível e continua a ser cumprida na nossa realidade actual angolana, aonde os órgãos de comunicação social estatal, vislumbram-se todos os dias aos olhos de todos angolanos, como uma verdadeira catedral sagrada cujo redentor é JES. Entende-se que, estes, (Jornal de Angola, TPA, RNA, ANGOP) ao serem os órgãos com mais audiência em todo espaço nacional embora esta audiência seja forçada pela limitação de escolha de veículos de informação no seio das massas, caberia a estes, prestarem na população informações isentas, imparciais e credíveis.


Antes pelo contrário, estes órgãos veiculam simplesmente suas informações/noticias para bonificar a credibilidade a favor do partido no poder MPLA, estigmatizando os partidos da oposição com maior realce a UNITA, com sinónimos de rebelião, uma ameaça a tranquilidade pública, os únicos culpados por Angola estar na situação que esta e muitas outras acções que traduzem uma verdadeira falta de imparcialidade, embora os seus dirigentes neguem o emprego desta palavra no jornalismo actual angolano, em órgãos estatal.


Diante deste drama quotidianamente mediatizado, onde o partido no poder é o único partido imaculado e inofensivo, e os outros apresentados como os únicos leões devoradores, inviabilizadores da tranquilidade pública, os cidadãos angolanos e sobre tudo, os de menor nível de escolaridade que é a maioria angolana, vê os seus interesses de pertencer a qualquer filiação partidária completamente asfixiada.


Os aparentemente profissionais de informação, contaminados com a infecção bajularia, em defesa do pão e outras vezes por simples desejo de ascender a um cargo de chefia, no órgão na qual se exercitam, tornam-se em verdadeiros profetas e apóstolos da igreja MPLA apelando aos cidadãos, que quem aceitar o JES como seu salvador pessoal, terá um futuro risonho, saúde, educação, pão na mesa e como se não bastasse, há-de ver realizado o sonho da casa própria, como recentemente evangelizou a profetiza Joana Tomas em sua peregrinação ao povo santo do Kilamba Kiaxi, recordando-os que este é o único caminho que os levaria a Jerusalém.


Infelizmente, os órgãos de comunicação privada que poderiam contradizer estes tipos de informacoes, não têm permissão para a livre expansão dos seus serviços de informação no interior do país. A titulo de exemplo temos a Rádio Eclésia que a muito espera pelo Ministério que tutela a área a permissão para expansão dos seus serviços por quase todo pais.


A emergência da TV Zimbo despontou aos amantes da democracia e da liberdade de expressão a olharem para o único canal televisivo privado, como salvação para as suas enfermidades morais e democráticas, aonde seria possível denunciar as ingerências administrativas do governo vigente, quando volta e meia surpreenderam-se traídos, com a mudança brusca de sua linha editorial manifestado na mudança dos conteúdos informativos, e com a manipulação das imagens da manifestação da Unita, realizada no passado dia 19 de Maio do mês em curso, caio completamente o pano sobre a realidade editorial da TV Zimbo que também afinal compartilham os mesmos carris com a TPA.


“Desilusão”

Todavia a democratização das comunicações passa pelo desenvolvimento do campo da comunicação pública. “As emissoras privadas também devem ter espaço, pois englobam interesses que pode contribuir para o rápido crescimento da miúda democracia.


O principal entrave da realidade actual angolana é que, a comunicação pública dá apenas voz às minorias, que têm direito legítimo de se expressar, descurando a possibilidade de na verdade ser uma televisão pública. Angola só será pluralista e aberto, de facto, quando todos os actores sociais tiverem acesso aos meios de comunicação não simplesmente os públicos”.


O sistema público deve também congregar toda a rede de comunicação privada, garantindo pluralidade e diversidade, características essenciais do sistema público e de um país verdadeiramente democrático, como reza o numero 2 do artigo 44 da nova constituição de Angola, no que respeita a “liberdade de imprensa”.


Efeitos

Obviamente que um estado onde não há democratização das comunicações, os efeitos são extremamente negativos, pois, essa escassez de diversidades de meios de informação sobretudo no interior do pais, desencadeia no seio da população um sentimento de conformismo politico e moral, e consequentemente uma paralisia mental, que facilita ainda que de forma imaculada, o estado fazer as suas manipulações e propagandas baratas, facilitada pela ignorância popular, e o exagerado culto de personalidade de JES.


Entre outros comportamentos colectivos, Outro efeito negativo que este mal causa, é o receio da população em se manifestar ou mostrar a sua indignação em relação a algo que os incomoda. Pois, na televisão e em outros meios de comunicação do estado a manifestação é vista como um acto de vandalismo, desacato, perturbação da tranquilidade pública, também é ser da oposição mostrar insatisfação.


A população tem incutido nas suas mentes através dos meios de comunicação social do estado, que o partido no poder é o único que pode levar a bom porto os destinos de Angola, com peças jornalísticas completamente artificiais e embelezadas, com uma retórica de jornalistas treinados a confundir a opinião pública. Onde aquando o MPLA marcha é um sinonimo de paz e quando for a UNITA ou qualquer outro partido da oposição é um acto de terrorismo.


A imprensa pode, na maior parte das vezes, não conseguir dizer às pessoas como pensar, mas tem, no entanto, uma capacidade espantosa para dizer aos seus próprios leitores sobre o que pensar.


Por tanto, Angola só será verdadeiramente democrática se haver a pluralidade de imprensa em todas as províncias deste país, isenção, imparcialidade, e credibilidade nos órfãos públicos.