Luanda - Em Luanda, ex-trabalhadores da ex-RDA foram detidos, neste fim de semana. Esse foi o resultado de uma manifestação para exigir o pagamento de subsídios por parte do governo. Alguns dos manifestantes continuam detidos.
Fonte: DW
A Reivindicação do pagamento na íntegra dos vinte e cinco por cento do valor acordado e de alguns subsídios de desemprego a que têm direito fruto do trabalho prestado na antiga RDA por parte do executivo Angolano está na origem da detenção dos quinze elementos afetos a associação dos ex-trabalhadores angolanos da antiga República Democrática Alemã.
O Presidente e porta-voz da referida associação, Garcia Samuel Manuel, garante que foram cumpridos os pressupostos legais para que a manifestação tivesse lugar, desconhecendo por isso os motivos que levaram a policia a agir de forma brutal.
Samuel Garcia acusa as autoridades agolanas de "não conversarem, e mandarem prender as pessoas". O porta-voz da associação lança um apelo à polícia: "Pedimos que libertem os homens porque eles têm o direito de manifestarem, está na lei. Eles fizeram uma manifestação pacífica, não há razões para os prender."
Números que não batem certo
O Líder associativo discorda por outro lado do número de ex-trabalhadores que já terão visto na ótica do ministério do Emprego e Segurança Social de Angola - MPESS, a sua situação regularizada: "1200 pessoas, é uma pura mentira. Temos um contole e o manifesto que eles próprios nos mandam. Apenas pagaram cerca de 975 pessoas."
O porta-voz da associação aponta o dedo acusador às autoridades, pelo que se pode depreender das suas palvaras, agiram de má fé: "Muitos elementos não têm o dinheiro. Eles alegavam que as contas estavam trocadas ou erradas, mas não corresponde a verdade. Como é possível se mandamos a documentação do banco?"
Garcia Samuel Manuel não entende ainda os motivos que estão por detrás da não resolução definitiva do problema, mas de uma coisa ele está certo: "Os valores existem, isto não é segredo, todo o mundo sabe. Os papéis existem, eles têm e nós temos."
O dinheiro existe, mas onde?
A associação entrou em contato com os arquivos federais da Alemanha, de acordo com a associação angolana. Esta também garante que o ministério do Trabalho domina o dossier e já o discutiu até com uma Comissão que reside na Alemanha, e com um advogado alemão. Sobre o resultado das conversações em torno dos pagamentos Samuel Garcia conta: "Concluimos que os ex-trabalhadores devem receber o seu dinheiro, mas eles [as autoridades] não transferem o dinheiro."
O presidente e porta-voz da associação dos ex-trabalhadores angolanos da antiga RDA, exige a libertação dos seus associados detidos na sequência da manifestação que visou reclamar pagamento dos subsídios.
A polícia nacional negou prestar qualquer declaração á DW, mas garante que estão detidos as 15 pessoas em causa. De salientar que a associação dos ex-trabalhadores angolanos da antiga RDA controlam 1677 sócios.