Luanda - DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DO MPLA, NO COMÍCIO ELEITORAL NA PROVÍNCIA DO KUANDO-KUBANGO
Menongue, 25/8/2012
CAROS COMPATRIOTAS,
ESTIMADOS AMIGOS,
O prometido é devido, como se diz. Disse alguns meses atrás que viríamos inaugurar a estação central do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e aqui estamos. Viemos de Luanda com uma delegação importante para participar na festa do povo alusiva a esta grande vitória.
Viva a população do Menongue! Viva os trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes!
O comboio vai agora circular regularmente entre o Namibe e Menongue, transportando passageiros e carga diversa, particularmente combustíveis para satisfazer as necessidades da província.
Ontem foi inaugurado também um grande terminal de derivados de petróleo e gás que pode vir servir toda a região, incluindo a Zâmbia e a Namíbia. Estas duas obras mostram que o país está a avançar também nesta província.
Todo esse esforço está a ser feito pelo Governo liderado pelo MPLA, com o firme propósito de transformar aquelas que no tempo colonial eram chamadas “terras do fim do mundo” em terras de progresso e de esperança no futuro.
As novas estradas ligam o Kuando-Kubango ao resto do país. Os novos aeroportos de Menongue e do Cuito Cuanavale reforçam a inserção da província no todo nacional.
Neste mandato, o Governo realizou, além da recuperação das infra-estruturas, vários programas com vista ao bem-estar das populações. No próximo mandato orientará o seu Governo para aumentar a oferta de energia eléctrica e água e para realizar várias acções específicas com vista a aumentar a produção de bens e serviços, melhorando assim as condições de vida dos cidadãos.
Nesse sentido deverá ser dado maior apoio às associações e cooperativas de camponeses e aos camponeses individuais, particularmente no que toca à preparação das terras pela MECANAGRO, à distribuição de sementes, fertilizantes e instrumentos de trabalho e à comercialização da produção.
São intensas as relações comerciais entre Angola e a Namíbia e entre Angola e a Zâmbia, através da fronteira comum e nessa actividade está envolvido um significativo número de agentes económicos que prestam importantes serviços para as nossas comunidades.
O MPLA vai promover a melhoria das vias de comunicação nestas regiões, a instalação de serviços administrativos necessários e o apoio multidisciplinar
às populações. Vai também prosseguir uma política de compreensão e de boa vizinhança, que garanta a paz, a tranquilidade e a segurança ao longo da fronteira, bem como o combate à imigração ilegal.
COMPATRIOTAS,
Esta heróica província sofreu os dolorosos efeitos da agressão estrangeira e da guerra imposta pelos seus aliados internos que fizeram dela a principal base para as suas acções de desestabilização de todo o país.
Vencemos esta etapa graças à vossa coragem e determinação. Agora estamos a viver um novo capítulo da nossa história.
O povo vive finalmente em paz e está empenhado na reconstrução e desenvolvimento de Angola.
Uma das consequências mais graves da guerra é que o nosso país, e em especial esta província, foi bastante minado. Centenas de milhares de minas anti-tanque e anti-pessoais foram implantadas em muitas e vastas regiões, junto das pontes, dos caminhos-de-ferro, das torres de transporte de energia e nos campos agrícolas.
Esse flagelo reduziu praticamente a zero a produção no campo e as famílias ficaram mais pobres. Muitos angolanos ficaram sem ter o que plantar nem o que comer.
Com a paz, essa situação começou a mudar. Para isso, foi preciso desminar vastas regiões, incluindo campos agrícolas e acessos às aldeias no meio rural.
Hoje a maior parte do nosso território já foi desminado e merecem um grande aplauso de reconhecimento todos os sapadores e operadores de desminagem que cumpriram esta tarefa com coragem e, às vezes, com o sacrifício da própria vida.
Foi isto que permitiu reabilitar as estradas e as pontes, os caminhos-de-ferro, etc., para que se pudesse restabelecer a livre circulação de pessoas e bens e relançar a produção e a actividade económica. Isto permitiu também o regresso às suas zonas de origem das populações que tinham sido forçadas a deslocar-se para outras zonas mais seguras do país.
Dezenas de milhares de pessoas sinistradas são vítimas das minas. O Governo do MPLA continuará a prestar-lhes assistência, seja fornecendo-lhes ajuda técnica seja adoptando políticas que assegurem a sua plena reinserção social.
Uma iniciativa que, não posso deixar de referir, pelo grande significado histórico, é a construção do monumento aos heróis do Cuito Cuanavale, através do qual o país reconhece os sacrifícios consentidos pela população do Kuando-Kubango e a resistência dos valorosos combatentes que travaram o avanço dos racistas sul-africanos e dos seus aliados internos, que pretendiam atentar contra a nossa soberania e a nossa independência.
É um reconhecimento merecido, necessário, mas não suficiente aos antigos combatentes. Sem o seu contributo à causa da Pátria, hoje nós não estaríamos aqui. A situação actual mostra que o país precisa de uma política mais realista e justa de apoio aos verdadeiros antigos combatentes e é isso que nos propomos fazer.
Graças à liberdade e à paz conquistadas, hoje já podemos participar em pé de igualdade, com os nossos vizinhos da Zâmbia, Zimbabwe, Botswana e Namíbia num grandioso projecto, o projecto KAZA ou Okavango-Zambeze, que vai transformar esta região austral de África na maior área transfronteiriça de conservação do mundo.
Estamos a criar as condições de acolhimento para os que no futuro pretendam gozar o privilégio de frequentar o que virá a ser um dos maiores destinos turísticos do mundo.
Para tal, precisamos de desenvolver programas que contribuam para o uso sustentável dos recursos naturais e do património cultural, para a conservação da flora e da fauna e para a melhoria das condições de vida das populações que residem no perímetro do projecto.
O projecto também vai possibilitar a criação de mecanismos financeiros sustentáveis para o desenvolvimento de outras acções que tragam benefícios para as comunidades, permitindo a redução da fome e da pobreza.
O MPLA dá um lugar de destaque a este projecto no seu programa de governação, pelos grandes benefícios que trará à província e à sua população.
Mesmo em regiões onde estiveram os nossos adversários, como eram a Jamba, tudo vai mudar. Os da oposicão, que nos atacam e insultam, estiveram
lá, naquelas áreas, mais de 14 anos, não deixaram uma escola, não deixaram um centro médico. Quem está construir as escolas? Quem está a construir os centros médicos? Quem está a reparar as estradas? Que está a construir o país?
Viva o MPLA,
Viva o MPLA,
Viva o MPLA,
De Cabinda ao Cunene um só povo, uma só nação.
A luta continua.
No dia 31 de Agosto, o voto no MPLA vai permitir que tudo isso se torne, de facto, uma realidade. Assim, no dia 31 de Agosto, votem no número ‘2’!
Muito obrigado pela vossa presença e participação.

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