Luanda – Na semana em que decorre a Convenção do Partido Democrático dos Estados Unidos da América do Norte, para nomear o Barack Obama como candidato à eleição para a Presidência da mais antiga das democracias da actualidade, o José Eduardo dos Santos foi escolhido para ser homenageado com a Ordem da “honra” do Putin.


Fonte: Club-k.net

Certamente que o Prémio Nobel da Paz, Barack Obama, nunca aceitaria uma Ordem tão humilhante, porque o seu carácter afirma-se com valores infinitamente mais elevados. A Ordem da “honra” do Putin é para políticos com um presente e um passado de acordo com as características e o curriculum do José Eduardo dos Santos.

Felizmente que a Convenção do Partido Democrático decorre na mais antiga e representativa democracia da nossa civilização, onde os candidatos a cargos políticos não se escondem e defendem nas listas partidárias e o Presidente concorre a título individual na democracia que revela o maior desenvolvimento técnico, científico e de mentalidades, o país das melhores universidades do mundo, onde a diversidade de pensamento, criticada pelo Kundi Paihama e pelo Kangamba, é uma prática para o desenvolvimento de novos paradigmas de desenvolvimento das mentalidades das pessoas, da sociedade em geral e da inovação em vários campos.

Se essa Convenção decorresse em Angola, a esta hora já teríamos um individuo, conhecido e famoso no Regime angolano, sempre na ponta dos pés para tentar ser visto e ouvido, a intimidar os cidadãos mais ingénuos, gritando a apresentar-se como politólogo e jurista, acusando os oradores de violarem a Constrição, que ele designa abusivamente por Constituição de Angola.

O “politólogo e jurista” iria invocar trezentos mil artigos e quatrocentos mil parágrafos e alíneas dessa Constrição para ameaçar os oradores e os presentes no auditório, com penas de cadeia perpétua, por insurreição, imoralidade, ganância, avareza, ataques à coesão das famílias e à Constrição, de “transvertidos”, por falsidade, por falso patriotismo, por serem falsos patriarcas e traidores da Pátria, e por fomentarem a mentira junto dos “mais velhos” e dos jovens.

Felizmene, essa Convenção não decorre em Angola, acontece num país que não possui uma maioria da população “branca”. Até nisso o “jurista e politólogo” está desactualizado nas referências bibliográficas que utiliza num longo artigo, para tentar vencer o leitor pelo cansaço ou para ser aplaudido pelos defensores dos velhos paradigmas ou os profundamente ignorantes. Os Estados Unidos da América do Norte já não são uma República de maioria “branca”.
O politico anquilosado faz muitas perguntas e aproveita para dar as respostas. Se sabe as respostas que deve dar para defender a sua demasiado velha maneira de pensar, porque faz as perguntas? Bastaria afirmar tudo o que nós já sabemos acerca dos ideais ultrapassados que o seu partido defende, apesar de revelar uma elevada capacidade de mudar de teorias, oportunisticamente, incoerentemente, falaciosamente.

“Quando os recursos se esgotarem” em Angola os herdeiros dos donos do Reigime terão o futuro assegurado durante algumas gerações, com as divisas depositadas em bancos estrangeiros e os investimentos efectuados nos tais países “Capitalistas, Neocolonialistas, Imperialistas” que o “Poder Prapular”, o das “Vitórias Certas” afirmava serem inimigos do “povo trabalhador”, do povo angolano. As gerações futuras irão pagar o calote deixado pelos senhores todo poderosos, com a arte e o engenho que ainda lhes restar.

O politólogo memorizou uma história deturpada ou sofre de amnésia profunda. Quando se refere a “purgas” ocorridas em Angola, esquece-se de que o seu partido iniciou a guerra civil, na defesa do “Poder Prapular”, praticou os fuzilamentos do 27 de Maio e foi um dos tristemente célebres actores da guerra que ocorreu no Huambo, no Bié e em outras províncias de Angola.

A célebre vitória do Kuito “Carnaval” veio a facilitar ainda mais a tal “ética da igualdade e cidadania”, mas só para os membros mais destacados da oligarquia, pela ostentação demonstrada. Os indicadores sociais revelam que se o MPLA continuar a oferecer roupa usada, garrafões de vinho tinto e bicicletas irá conquistar maiorias absolutas durante muitos anos.

As pessoas de boa fé só desejam que os tais “milhões” de casas, Ecológicas ou Evolutivas, não tenham os tectos e os alicerces cobertos e preenchidos com as penas que o partido do poder gerou nas suas “purgas” internas e nas que efectuou quando foi um dos actores da guerra que ceifou centenas de milhar de vidas de angolanos, que nunca poderão observar a existência de uma democracia em Angola, nem o actual demofantasia, com uma Constrição imposta e aprovada para assegurar o proteger o poder de um Rei-Presidente, internacionalmente humilhado ao ser condecorado esta semana com a Ordem da “honra” do Putin.

É anedótico ouvir alguém dizer de que em Angola funcionam as instituições, quando o poder está centralizado nas mãos do Rei-Presidente. É altamente humilhante para o prestígio de um país quando altas patentes das forças armadas promovem e favorecem um partido político e os tribunais revelam-se incapacitados para julgarem os crimes de lesa Pátria praticados por altas individualidades do Reigime e os órgãos de informação social são tapetes do Reigime.

Quem diz que em Angola funcionam as instituições é sinal de que nada percebe do funcionamento de instituições adultas, independentes, e competentes, a exercerem actividades no verdadeiro interesse do país e das suas populações, sem o paternalismo bacoco., atrasado, inibidor das mentalidades e das capacidades das populações e de um desenvolvimento social harmonioso.

A demofantasia e a Constrição angolanas não estão em condições de serem metidas numa mala e levadas para outros países. Infelizmente estão fora do prazo de validade desde o seu nacimento e não obedecem às normas e leis internacionais de Higiene e Sanidade das democracias, sobretudo em países onde há um controle de qualidade exigente e pune-se a contrafacção de má qualidade, onde as exigências de Higiene e Segurança estão vulgarizadas há já muito tempo, objectivando o bem-estar social e a valorização e a promoção da inteligência inovadora, nas mais avançadas e equilibradas culturas da nossa civilização.

O “jurista e politólogo” não sairia aprovado num exame efectuado em universidades de países em vias de desenvolvimento e reprovaria, com uma classificação muito negativa, em países desenvolvidos. Os alunos do “politólogo e jurista” merecem um professor muitíssimo mais bem formado e cientificamente mais honesto.