Irmãos Membros da Comissão Política Permanente,

A reunião ordinária da Comissão Política Permanente realiza-se num momento político muito sensível e decisivo tanto para o nosso País como para o nosso Partido. No tocante ao País, decorre em todo o território nacional a actualização do Registo Eleitoral tão desejada por todos nós mas, infelizmente, sem uma fiscalização rigorosa e seguida pelos Partidos Políticos. Falando do nosso Partido, continuamos sem compreender a não atribuição das verbas votadas pelo Conselho de Ministros sob proposição da CIPE.

Os nossos fiscais, embora determinados, disponíveis e devidamente credenciados, estão impossibilitados de cumprir cabalmente com a sua missão em todo o território nacional. Por conseguinte, não compreendemos nem aceitamos os reparos feitos pelo Vice-Ministro da Administração do Território durante a Conferência realizada no Anfiteatro da Faculdade de Direito, sobre a alegada ausência de fiscais dos Partidos Políticos da Oposição

Pensamos, pois, que o Senhor Vice-Ministro deve questionar o Ministério das Finanças sobre o não cumprimento das directivas do Conselho de Ministros relacionadas com a atribuição das verbas (75.000 dólares) a cada Partido Político participante da fiscalização do processo de actualização do Registo Eleitoral.

No que nos toca, reiteramos o nosso apelo para que os Partidos Políticos sejam dotados de verbas necessárias, permitindo assim a sua presença, através dos seus fiscais, em todas as Brigadas de Registo Eleitoral em todo o território nacional, o que certamente conferirá alguma credibilidade ao processo. Uma outra questão nacional que também nos preocupa, é o desarmamento das populações, várias vezes calendarizado, mas nunca cumprido com rigor e transparência. As instituições vocacionadas apoiadas pelos Partidos Políticos, a Sociedade Civil e as Igrejas devem assumir plenamente as suas responsabilidades, criando todas as condições para que o processo de desarmamento não se transforme numa batalha de rua entre elas e os que possuem ilegalmente armas de guerra. 

É preciso, portanto, para além das operações puramente policiais, dinamizar as campanhas de sensibilização e de informação através dos órgãos de Comunicação Social, estatais e privados.  O nosso Partido, por sua parte, reitera o seu veemente apelo para que todos os cidadãos possuidores ilegalmente de armas de guerra as remetam pacificamente às autoridades. Agindo assim, eles estarão a contribuir para a instauração de um verdadeiro clima de tolerância e de estabilidade política e social em todo os espaço nacional.

Quanto à situação interna do nosso Partido, queremos reafirmar que a consolidação da coesão continua, sem sombra de dúvida, a ser a maior preocupação da Direcção, sobretudo quando se avizinha um dos maiores desafios do anos de 2008, as eleições legislativas nas quais queremos participar com todo o nosso potencial político em todo o território nacional. Assim, todos os apelos e contributos provenientes de certos Militantes no sentido de criarmos as condições básicas para superarmos certas divergências de pontos de vista que ainda existem no nosso seio, têm sido registados com a devida atenção mas urge que se desfaçam certos equívocos que se constituem em obstáculos a este desiderato.

É, pois, imperioso que, todos reconheçamos que o quadro apropriado para superarmos as nossas divergências de pontos de vista, é a Grande Família FNLA confirmada pelo Congresso Extraordinário realizado de 5 a 9 de Novembro de 2007, no Cine S. João, em Luanda. Agindo assim, estamos a dignificar as nossas próprias instituições e a corresponder aos profundos anseios dos Militantes, Amigos e Simpatizantes do nosso Partido. Quanto à Direcção do Partido, reiteramos a nossa disponibilidade e determinação de colocarmos acima de tudo os interesses superiores da FNLA. Se realmente o desejo de todos nós é a preparação do Partido para as eleições legislativas, metamos, pois, de lado as nossas preferências e iniciemos sem mais tardar o diálogo directo, franco e fraterno no seio da Grande Família FNLA.

Para a materialização desta disposição, apelamos a todas as estruturas do Partido, da base ao topo, em todo o território nacional para que nos empenhemos com afinco, confundindo assim os que juraram a nossa morte política. Apelamos igualmente a todos os Militantes, Simpatizantes e Amigos da Grande Família FNLA em todo o território nacional e na Diáspora para que conjuguemos esforços no sentido de assegurarmos a participação do nosso Partido nas próximas eleições legislativas e presidenciais.

Pensamos assim estarem da parte da Direcção do Partido, esclarecidas todas as dúvidas, se ainda existiam, e definido o quadro do diálogo directo, fraterno, sincero e democrático. Irmãos Membros da Comissão Política Permanente, Eis, em suma e de maneira clara e inequívoca, a missão que nos espera na nossa qualidade de um dos órgãos centrais do Partido. Cabe-nos em concreto, a responsabilidade de tratar com diligência a preparação das condições estatutárias e técnicas para que o Conselho Político Nacional assuma, por sua vez, as suas responsabilidades, consolidando assim a preparação do Partido para a nossa participação nas eleições legislativas que se avizinham. Com estas palavras, declaro aberta a reunião ordinária da Comissão Política Permanente.

MUITO OBRIGADO

Fonte: Club-k.net