Os  ex colegas, nomeadamente a Tenente Coronel /psicóloga Maria da Conceição Domingos e o Coronel  Ferraz Antonio regressam dia 13 (segunda feira ) para casa por via da liberdade condicional conforme garantidas no expediente ontem (09/09) preparado. Ambos viram reduzidas as suas penas pelo Tribunal Militar por  terem beneficiado da "faculdade de atenuação extraordinária das respectivas penas".

No caso do General Fernando Garcia Miala e do Coronel Francisco André que anteriormente viram anunciadas as suas penas reduzidas  para um ano e três meses conforme entrevista do Advogado David Mendes a Radio Eclésia já não vir a suceder-se. A sua pena acaba de ser  confirmada com fundamentos considerados em meios competentes por duvidosos.

É entretanto admitida, em meios de peritos da matéria, a necessidade de encetar dois recursos, um ao tribunal constitucional e outro de pedido de liberdade condicional.

Epílogo

Fernando Garcia Miala foi julgado em Setembro de 2007 na seqüência de  intrigas palacianas dotadas de informações alegadamente prestadas pelo Brigadeiro Verdíssimo Costa segundo as quais o ex chefe dos Serviços de Inteligência externa teria admitido, numa reunião restrita com os seus antigos subordinados tomar  “medidas activas” contra o Presidente da Republica José Eduardo dos Santos.

Miala e o grupo foram expulsos do SIE sem oportunidade de recolher os seus papeis pessoas  no gabinete (que havia sido arrombado) e compulsivamente afastados/ movidos a reforma militar por alegadas intromissões consubstanciadas em escutas telefônicas a figuras do circulo presidencial. O grupo expulso faltou  a uma convocação do CEMG  General Francisco Furtado para dêsgraduação em parada na seqüência da  despromoção militar. Os faltosos foram processados e levados a julgamento a luz das leis “catrenses”

A direção completa foi julgada com excepção a Constantino Vitiaca antigo director de informação e analise e o Brigadeiro Veríssimo que foi  mais tarde recompensando com o cargo de Director adjunto dos SIE. Vitiaca Benguelense de nascença é considerado peça de importante relevância. Domina dossiês como os das penetrações de redes Islamíticas no pais. Informações plausíveis justificam que Vitiaca só não foi preso porque, no activo, era um gente de inteligência civil (não foi militar). Em finais do ano passado lhe foi denotado perseguições “secas” e engrenagens de que se receava vir a resultar em susto ou presumível assassinato. Presentemente enfrenta  dificuldades  financeiras classificadas por extremas.

Revisão tendentes as eleições presidências

De acordo com dados plausíveis, uma  revisão sobre  soltura de Miala foi a meses atrás  apreciada por responsáveis seniores  dos Serviços de Inteligência Interna” que teriam analisado previsões em vista  ao período das eleições presidências que se avizinha pro ano.

 A iniciativa de apreciação  é paralela a suspeitas vindas de meios da oposição política segundo as quais uma soltura de Fernando Miala “do dia para a noite”  serve para propaganda ou exposição, em fase de campanha, da “magnitude e bom coração do Chefe de Estado angolano”.

Em fase concreta do ano em curso foram feitos “lobbies” que influenciassem  Fernando Miala a fazer publicamente um pedido de perdão ao Presidente José  Eduardo como condição previa para a sua liberdade. Miala recusou com sentimento de que nada fez que atentasse a lealdade do seu antigo patrão.

 Serviços de Inteligência segundo pesquisa do Africa Monitor

ImageO SIE-Serviço de Inteligência Externa, usualmente apresentado como "branche" externa do sistema de informações de Angola, conta agora com a cooperação da China – traduzida na presença física nas suas instalações principais de chineses, envergando, por vezes, uniforme militar.

Não há informações consideradas exactas acerca da natureza da cooperação prestada pela China ao SIE, mas supõe-se que seja meramente técnica e/ou tecnológica. A China está a construir no Calumbo, arredores de Luanda, um grande centro de comunicações para as FAA, o BATOP (AM 008); o SIE tem a valência de centro de comunicações – da PR.

Embora agora de forma mais especiosa, o regime do MPLA ainda está organizado e funciona com base em modelos e critérios de secretismo decalcados dos antigos sistemas comunistas que teve por aliados; em razão de tal realidade é dada atenção especial ao domínio da segurança (informações/acções especiais).

Particularidades:

- Há formalmente 3 serviços de informações, um dos quais é o SIE; os outros são o Sinfo-Serviço de Informações (ex-DISA/ex-Minse), considerado um serviço interno, com um quadro muito numeroso e implantado em todo o território; a IM-Inteligência Militar (AM 143), que se ocupa das áreas militar e de defesa.

- Proliferam em todos os sectores, p ex, nos vários ramos das FAA (incluindo unidades ilitares), MRE e até nas grandes empresas, núcleos ou grupos de pessoas que se dedicam issimuladamente à recolha e verificação de informações.

- Todos os serviços e núcleos funcionam em sobreposição, por vezes em tensão, como forma de firmar/aguçar a lealdade de todos.

2 . O SIE foi criado à época da conclusão do acordo de Bicesse, inicialmente com a designação SSE-Serviço de Segurança Externa. Mas já existia do antecedente, conhecido por Cosse. Fernando Miala, compulsivamente afastado em Fev.2006, entretanto julgado e preso (AM 255), foi o seu principal dinamizador, em todas as fases.

Na esteira do afastamento de F Miala foi nomeado um novo DG, Oliveira Sango e um DGAdj, Gilberto Veríssimo. O Sango é considerado um DG "decorativo", cuja nomeação serviu fins políticos e de representação; o DG efectivo é G Veríssimo, que reporta ao Gen José Maria, (AM 235), assessor presidencial, com gabinete no palácio.

O SIE é, na prática, um serviço privativo da Presidência e do PR; desempenha tarefas e missões ajustadas à componente secreta da acção presidencial. Nos seus primórdios começou por ser um centro de comunicações da PR; José Eduardo dos Santos (JES) ganhou importância política como chefe do centro, em vida de Agostinho Neto.

Na ocasião JES, que é perito em comunicações, tinha a patente militar de major e, por essa razão, ainda hoje é tratado entre o mais antigo pessoal do SIE como "o major". F Miala também era um expert em comunicações; idem em relação a G Veríssimo e a antigos quadros do serviço, como o Brig Leopoldino "Dino".

De acordo com versões consideradas plausíveis, a actividade do SIE está concentrada menos no campo do intelligence propriamente dito, e mais no campo das chamadas "acções especiais", encobertas, de natureza diversa. É por essa razão conhecido internamente como um "serviço especial".

3 . O SIE tem instalações próprias no Futungo. O edifício destinado aos "operativos" (20/30), está situado no interior do perímetro da antiga PR. Os serviços de apoio, administração, recursos humanos, etc, estão albergados noutro edifício, também na área do Futungo, mas fora da cerca. Ambos os edifícios foram construídos de raíz.

A DG também está situada no edifício dos "operativos". Uma das figuras mais emblemáticas do SIE, é o Brig Xavier Esteves "Xavita", conhecido internamente como "o estratega", por ser ele que alvitra muitas das missões especiais (covert actions) do SIE – nunca postas em marcha sem o aval da DG e, por vezes, do próprio JES.

4 . A definição de serviço externo conferida ao SIE advém em particular da rede própria que mantém no estrangeiro, em geral baseada nas embaixadas (a segunda figura das mesmas é geralmente do SIE, mas em representações como as de Lisboa, Washington, Pretória, ou Kinshasa, há mais do que um elemento do SIE). Com o afastamento de F Miala, responsável pela montagem da rede externa e respectivo provimento, ocorreram algumas mudanças – em especial atingindo pessoas muito conotadas com próprio (verificou-se, porém, que alguns destes o renegaram logo a seguir à sua queda em desgraça).

Os "operativos" colocados nas embaixadas têm missões correntes como efectuar bosquejos de imprensa ou assistir a conferências temáticas, a par de outras mais exigentes como recolha de informação "fechada", controlo/contacto com figuras das oposições (FLEC e UNITA) e outras, mais sensíveis.

5 . A fase mais intensa da actividade do SIE, em larga escala preenchida com "missões especiais", coincidiu com a última campanha militar contra a UNITA, lançada em Dez.1998. O objectivo da decapitação da direcção da UNITA, em razão do qual a campanha foi planeada, implicou maciças acções de aliciamento levadas a cabo pelo SIE.

A tarefa do SIE consistia em tentar aliciar quadros da UNITA no estrangeiro, em especial quadros e dirigentes com "estatuto político à altura" e, numa fase posterior, familiares próximos ou remotos de Jonas Savimbi (concretizado o aliciamento de um filho, Araújo Sakaía e falhado outro, de Eloi).

Nas vésperas da morte de J Savimbi um grupo do SIE (então ainda SSE), chefiado por X Esteves "Xavita", do qual faziam parte vários desertores da UNITA, entre os quais o Gen Jacinto Bândua, tentou, em vão, aliciar em Lomé uma irmã do antigo líder da UNITA, Judite Savimbi, bem como vários quadros em Lisboa e Bruxelas.

Entre os renegados da UNITA do grupo de X Esteves "Xavita" contavam-se indivíduos que entretanto ingressaram nos quadros do SIE e se encontram actualmente ao seu serviço, colocados no estrangeiro (Silas, em Lagos; Maria Ekulika, em Harare e outra, nome impreciso, em Malabo).

Após o termo da guerra civil o SIE evidenciou-se numa outra tarefa, que foi a de amparar quadros da UNITA, muitos dos quais oriundos do círculo mais próximo de J Savimbi, bem como familiares do antigo líder.


Fonte: Club-k.net