Luanda - Uma tese de mestrado, defendida há dias em Portugal, por um estudante angolano, alerta para a erosão da Restinga do Lobito, província de Benguela.

Fonte: JA
Mestre em Ciências da Terra, Miguel Nito, com a produção da tese denominada “Restinga do Lobito nos media - relevância social e vulnerabilidades naturais”, traz também à discussão a necessidade da comunicação social ajudar a persuadir as autoridades a promoverem um desenvolvimento sustentável naquela região.

O novo mestre, que preparou a tese em dois anos, declarou que a forte pressão a que está actualmente sujeita a Restinga do Lobito constitui um grande desafio para o Executivo. Miguel Nito sugere, no seu trabalho académico, medidas de gestão ambiental e de ordenamento territorial para a protecção e conservação dos valores ambientais e paisagísticos na região estudada.

A Restinga do Lobito está associada às correntes de deriva litoral, induzidas por ondas que se aproximam obliquamente à costa e movimentam grandes quantidades de sedimentos. “A generalidade dos sedimentos que suportam a restinga foram debitados pelo rio Catumbela (…) e acumularam-se no delta de Catumbela”, explica Miguel Nito, indicando, no estudo, que a restinga é relativamente recente e não está identificada como uma acumulação subárea regular em documentos históricos anteriores ao século XIX.

O novo mestre acrescentou, na sua dissertação, que entre os séculos XIX e XX, a restinga cresceu em comprimento de menos de dois mil metros a cerca de cinco. Durante a década de 60 do século XX, foram construídos esporões com o objectivo de limitar o transporte de areias para a baía do Lobito, garantindo o acesso de navios de grande porte ao porto do Lobito.

Com a degradação dos esporões, as últimas décadas têm sido acompanhadas de alguma erosão costeira, sublinha Miguel Nito.