Luanda - O Governo angolano e parceiros internacionais, incluindo as Nações Unidas, lançaram esta terça-feira um programa de luta contra a malnutrição infantil que ameaça meio milhão de crianças nas dez províncias mais afectadas pela seca.

Fonte: O País

O programa prevê a construção de centros de saúde e a formação de mais de 2.000 técnicos comunitários. “Os casos de malnutrição mais severos serão tratados nos centros e os técnicos irão até às famílias para fazerem prevenção e despistagem”, disse à agência AFP Olivio Gambo, responsável pela comunicação em Angola da UNICEF, fundo das Nações Unidas para a infância.

Os técnicos comunitários de saúde deverão trabalhar com cerca de 350 mil famílias nas quatro províncias mais afectadas: Kwanza-Sul, Zaire, Huambo e Bié. O programa de gestão comunitária da malnutrição, que envolve o Ministério da Saúde, as Nações Unidas e a organização não-governamental World Vision, foi ontem lançado na província de Kwanza-Sul.

O número de meio milhão de crianças afectadas por malnutrição aguda consta de uma avaliação do Ministério da Saúde divulgada pela agência noticiosa estatal Angop.

A crise nutricional afecta dez das 18 províncias angolanas — Zaire, Bié, Huambo, Kwanza-Sul, Cunene, Huíla, Bengo, Benguela, Moxico e Namibe. A situação, segundo a Angop, agravou-se devido a um decréscimo das chuvas durante mais de um ano em todo o território angolano, que levou a uma situação de seca generalizada, principalmente naquelas regiões. A produção agrícola diminuiu em mais de 400.000 toneladas, afectando a segurança alimentar de mais de 1,8 milhões de pessoas.

Em Junho, o fundo de intervenção de urgência das Nações Unidas atribuiu 5,1 milhões de dólares (mais de 3,9 milhões de euros) à UNICEF e à Organização Mundial de Saúde para apoio à luta contra a crise alimentar.

Angola é o segundo maior produtor africano de petróleo, depois da Nigéria. Apesar disso, a maioria da população vive na pobreza.