Malange – Uma vítima mortal (de nome Arminda Magalhães) e 11 feridos (incluindo um menino de 12 anos) que foram internadas desde sexta-feira, 23, no banco de urgências de cirurgia e ortopedia do Hospital Geral de Malanje, em consequência do desabamento de um edifício de quatro andares, conhecido por prédio da Diamang. No momento ocorrência as vítimas se encontravam no interior de um salão de beleza “Tanya” que funcionava no local. 

Fonte: Club-k.net

Localizado na rua António Enes, o prédio era inabitado e estava a receber obras de reabilitação e adaptação para ser transformado em unidade hoteleira e na altura os empreiteiros já não estavam a trabalhar. De acordo com testemunhas, o edifício deu sinais de desabamento, porquanto os pisos de cima foram ruindo paulatinamente, facto que despertou a atenção das pessoas e permitir a fuga dos transeuntes que se encontravam a sua volta.

Segundo o correspondente da VOA, o sistema de protecção civil e bombeiros foi accionado pouco depois das 14 horas e 20 minutos. Mas o Club-K soube que nas primeiras horas a equipa do serviço de bombeiros encontrou alguma dificuldade para resgatar as vítimas, por insuficiências de meios materiais.

A primeira vítima (Benedito Miguel, de 12 anos, saiu viva com ligeiros ferimentos) soterrada pelo desabamento do edifício da Diamang foi resgatada por volta das 17 horas e 30 minutos, depois de cerca de 4 horas de intervenção da equipa de Protecção Civil e Bombeiros. Enquanto Arminda Magalhães não teve a mesma sorte que o restantes 11 sobreviventes. Foi retirada dos escombros já sem vida.

Este portal soube, nesta segunda-feira, 26, junto de Francisco da Conceição (chefe do banco de urgência de cirurgia e ortopedia) que os 11 feridos que deram entrada na última sexta-feira, no hospital geral de Malanje, já se encontram fora de perigo. “Inclusive já demos alta a nove pessoas e os outros dois continuam sob os cuidados médicos”, garantiu, acrescentando que “o menino Benedito também evolui satisfatoriamente”.

“Temos neste momento como internada a Vanda Milton António, de 23 anos, vinda com um antecedente há dias atrás, já esteve cá na nossa unidade hospitalar sobre cuidados do neurocirurgião tinha problema de trauma craniano-cefálico”, explicitou, acrescentando que “houve aquele sucedido e ela voltou novamente no nosso banco, o diagnóstico dela é contusão cerebral e que não está grave”.

Até na segunda-feira última, a equipa de Protecção Civil e Bombeiros não tinham encontrado mais nenhuma vítima debaixo dos escombros do edifício da Diamang. Cerca de 80 por cento dos escombros já foram removidos.  As causas que deram origem à queda do prédio inabitado ainda não foram identificadas.

Falando à imprensa local, o administrador municipal adjunto de Malange, Osvaldo Naval dos Santos, disse que tudo indica que não há qualquer vítima debaixo dos escombros que restam por se remover. “Até agora, e podemos dizer graças a Deus, não houve mais nenhuma situação do género, e aproveitamos para referir que há necessidade de remover os escombros todos, para conseguirmos garantir que não existe mais nenhum corpo nos escombros”, esclareceu.

Já entrevista a VOA o mesmo admitiu erros de remodelação. “Mas não se conseguiu ter a certeza na altura, porque também não temos o cadastro exacto deste edifício, em termos da estrutura do edifício, e notou-se que houve subtracção de pilares, houve algumas alterações que já haviam sido feitas mesmo antes da obra ser licenciada”, assegurou.

Entretanto, o governador de Malanje, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, esteve no local do incidente a prestar solidariedade às vítimas e ordenou a demolição completa do edifício, com vista a se evitar outras calamidades. Face à situação, o governador avançou que serão revistos, com urgência, outros prédios da cidade de Malanje que se encontram em condição de risco de desabamento.

A estrutura desabada não era a única que periga a segurança das pessoas nesta capital e, para minorar a ameaça, novas medidas serão adoptadas em breve. “Também para atacar o chamado Prédio Verde que é um perigo para as populações e possamos evitar aquilo que aconteceu aqui”, disse o governador.

De acordo ainda com o corresponde da VOA, a evacuação das dezenas de famílias que habitam no Prédio Verde é um dilema que se arrasta há décadas, mas Osvaldo Naval dos Santos garante que o executivo local tem tudo condimentado para evitar dissabores. “Temos a informar é que está já a decorrer o processo, mesmo de reposicionamento destas famílias na zona da Catepa, o terreno já existe, estão a ser criadas as condições para urbanização do espaço para que possamos remover essas famílias e colocar num lugar seguro”, confirmou o responsável.

Com excepções do prédio da seguradora AAA todos outros habitacionais da urbe foram construídos durante a época colonial e apresentam inúmeras deficiências na sua estrutura.