Lisboa - Um esforço considerado sem precedentes na conduta das autoridades angolanas em circunstâncias análogas, foi posto em marcha com o objectivo de promover externamente uma imagem positiva do recém-criado FSDEA-Fundo Soberano de Angola.

Fonte: Africamonitor.net


As iniciativas postas em prática tiveram especial incidência no plano mediático e do lobbiyng. Empresas de relações públicas do Dubai, Grã-Bretanha e Portugal foram contratadas para acções pontuais relacionadas com o acto público do lançamento do Fundo e outras, permanentes, no domínio da assessoria de comunicação.


Jornalistas de renomados orgãos de comunicação social de vários países foram convidados para Luanda. Um dos motivos das previstas especulações a que o lançamento do Fundo daria azo radicava na composição do seu Conselho de Administração, presidido Armando Manuel, secretário para os Assuntos Económicos do Presidente José Eduardo dos Santos (JES), mas integrando também José Filomeno dos Santos “Zenu”, filho de JES.


Tendo em conta tendências atribuídas a JES de controlar a riqueza do país, intenção comummente associada a interesses próprios, políticos e pessoais, previu-se que a nomeação de 2 pessoas com ele estreitamente identificadas, daria azo a especulações capazes de ofuscar a transparência a que se pretendeu vincular o Fundo.


O anúncio posterior da contratação de uma sociedade financeira suíça, Quantum Global, para gerir uma parcela de USD 3 B do total de USD 5 B do capital do Fundo, foi, porém, o facto que mais atenções fez despertar. Estão referenciadas ligações de natureza diversa entre a Quantum Global e Filomeno dos Santos “Zenu”.