Lisboa – A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal na pediu última sexta-feira, 14, pediu à Newshold, enquanto accionista de referência da Cofina, que divulgue publicamente quais são os seus accionistas directos e indirectos. “Solicitámos à Newshold enquanto accionista de referência da Cofina que divulgasse quem são os seus accionistas directos e indirectos”, disse fonte oficial da CMVM.

Fonte: Público

O pedido da CMVM feito surge no seguimento do comunicado da Newshold, que anunciou ter “disponibilidade e meios” para avançar para uma eventual privatização da RTP, caso o modelo proposto pelo Governo se revele “um negócio interessante”.

“Na hipótese de a solução a definir pelo Governo português para a privatização ou concessão da RTP se revelar um negócio interessante para as partes, a Newshold tem disponibilidade e meios para, isoladamente ou em parceria, apresentar uma candidatura séria com vista a assegurar e garantir a implementação de um projecto verdadeiramente sólido e independente para a RTP”, disse num comunicado enviado na quinta-feira à Lusa pelo conselho de administração da Newshold.

O texto, longo e com diversos pontos, é crítico para com os “órgãos de comunicação social, jornalistas e comentadores” em Portugal que, diz a administração, caracterizam a Newshold “como uma empresa ‘misteriosa’ sobre a qual pouco ou nada se sabe”. O grupo esclarece aquilo que diz ser uma “falsidade”, respeitante à propriedade da empresa.

“Convém esclarecer que todos os accionistas da Newshold, não obstante terem nacionalidade angolana, são também cidadãos de nacionalidade portuguesa, possuindo dupla nacionalidade”, aponta a nota da administração da empresa.

O texto critica ainda a atitude os jornalistas e comentadores que “insistem em falar” da Newshold e dos seus accionistas com “preguiça na busca de informação”. “Se a identificação completa dos accionistas da empresa foi entregue na CMVM, os meios de comunicação têm o dever de saber exactamente quem são os accionistas da Newshold”, defende o grupo.

O primeiro-ministro escusou-se (na sexta-feira, 14) a comentar o anunciado interesse do grupo económico Newshold na eventual privatização da RTP, afirmando ser “completamente prematuro” abordar a questão até serem conhecidas as condições que vierem a ser adoptadas em Conselho de Ministros.

“O Governo ficou até ao final deste ano de apresentar os termos em que proporá ao próprio Conselho de Ministros a resolução da questão da RTP. Na altura em que essa matéria for esclarecida, então saberemos o que é que os grupos privados, sejam eles de origem portuguesa ou com outras origens, poderão ter como expectativa. Até lá, eu não vou fazer nenhum comentário”, disse Pedro Passos Coelho, em Bruxelas.

O primeiro-ministro, que falava no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, disse ter tido conhecimento da “manifestação de interesse” da Newshold pela comunicação social, indicou que “fica registada”, mas afirmou nada ter “a acrescentar sobre ela”, pois só quando se souber “o que é que o Conselho de Ministros deliberará sobre a RTP” será possível dizer “o que é que faz sentido ou não considerar”.