Luanda - Roque de Sousa Bernardo, de 27 anos de idade, era recruta e vivia na província do Bié. O seu maior sonho era tornar-se oficial das Forças Armadas Angolanas. Depois de várias tentativas, em Fevereiro deste ano, conseguiu uma bolsa de estudo para Luanda, deixando no Bié a esposa e dois filhos

Fonte: Angolense

Roque estudava na Escola Superior de Guerra, situada no campo militar do Grafanil, arredores do município de Viana. Há duas semanas atrás, segundo conta a irmã mais velha do malogrado, que omitimos o nome por temer represálias, depois dos habituais treinos, o seu chefe, um dos comandantes da escola, chamou-o no seu gabinete, mandou despir-se e violou-o.

Primeiro, ele perguntou-lhe de que província era, depois ordenou a tirar o olímpico em seguida mandou-o tirar o calção e ele ficou nu, por fim mandou-lhe virar e violou-o. Depois de satisfazer- se deixou-o ficar no seu gabinete e foi-se embora.

“O meu irmão ainda conseguiu sair dali, foi para casa e explicou ao tio o que tinha acontecido, mas queixava-se de muitas dores. Levamos-lhe ao hospital Militar e, como ele sangrava muito porque tinha todo ânus fora, ficou internado durante dois dias, mas não resistiu e acabou por morrer no dia 8 de Março”, explicou a irmã do malogrado, dizendo, por outro lado, que o tio ao tirar satisfações do tal chefe este teve o descaramento de pedir-lhe para abafar o caso.

O funeral de Roque foi realizado na província do Bié, na semana finda. Contactada por telefone, a mulher do malogrado disse-nos que tudo que queria era esquecer a triste história, porque nem que esse comandante fosse preso, não diminuiria a dor que sente nem lhe devolveria o marido.

Por se tratar de uma pessoa influente, a família teme que o caso caia no esquecimento, pelo que pede a quem de direito para que a justiça seja feita e se evitem mais tragédias. “Ele trabalha com muitos jovens, quem nos garante que este é o primeiro caso? Se nada for feito, ele continuará a fazer vítimas. Temos que parar este homem”, clamam os familiares.