Lisboa – O ministro de estado e chefe da Casa de Segurança (ex-Casa Militar) da Presidência da República, Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, é descrito numa avaliação sobre a situação do regime como estando a observar um período de pressões internas, dentre as quais, as reclamações sobre dificuldades que se verificam nos quartéis militares traduzida nas falhas do sistema de distribuição de logística que o mesmo controla e distribui.
Fonte: Club-k.net
Descontentamentos e intrigas palacianas
O mais recente caso de descontentamento ou falhas na distribuição de logística militar está reflectido no desvio e subseqüente apreensão de produtos (56 caixa de carne seca, 219 sacos de arroz, das 56 caixas de Carne Seca, 219 sacos de Arroz, 76 caixas de Massa Alimentar, 93 sacos de Feijão, 33 caixas de Chouriço, 22 caixas de Margarina, 19 sacos de Açúcar e 80 caixas de Leite) destinados ao Centro de Instrução da Santa Eulália. O mesmo clima (de carência) se constata na unidade militar BCA Nº1 de Luanda, onde o seu comandante, coronel Prazeres Armando “Kiteculo” é acusado pelos subordinados de criar reservas inferiores ao habitual e ao mesmo tempo descaminhar a logística alimentar para o mercado negro, para proveito pessoal.
Por efeito do presente quadro (e outros referencias mais a frente) , invoca-se que os rumores segundo as quais, o general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa” manifesta vontade de abandonar a vida política ou militar terão sido calculados no interesse do mesmo para avaliar a pressão no exercito e ao mesmo tempo atrair simpatias.
A pressão generalizada que se exercer sobre o mesmo são acrescidas, aos encalços contra si, no estrangeiro, mas também, as informações segundo as quais estará a criar outras situações de conflitos nas chefias militares do cordão de segurança do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos. Há indicações de que ultimamente, o mesmo terá criado barreiras ao Tenente-general Alfredo Tyaunda, comandante da Unidade da Guarda Presidencial, em ter acesso ao PR.
O mesmo terá ocorrido com o comandante da Unidade de Segurança Pessoal, general José João “Maua” (responsável pela segurança do palácio) que terá revertido o quadro por força de uma apelação, em que cuja a intervenção da primeira dama, Ana Paula dos Santos foi crucial, para garantir-lhe algum acesso.
O pensamento que se atribui ao general “Kopelipa” é de que tanto Alfredo Tyaunda e João Maua são seus subordinados pelo que deve ser a ele a quem ambos devem despachar e não directamente ao chefe (entenda-se Eduardo dos Santos). Porem, há conhecimento que tem havido brechas em que JES convoca discretamente ambos (Alfredo e Maua) em separado . A informação chega ao general “Kopelipa” através de mecanismos que o habilitam a estar ocorrente de tudo.
Baseado num competente intelligence assessment (também revelador de um conhecimento aprofundado do assunto), o boletim África Monitor Inteligence, considera como “Muito improvável” , o cenário de um afastamento do General H Vieira Dias “Kopelipa”. Entre os factores para os quais o relatório remete a improbabilidade do referido cenário são enfatizados vários pontos dentre os quais que H Vieira Dias “Kopelipa” dispõe de poderes cuja vastidão e grandeza, sem precedentes em qualquer outra anterior “segunda figura” do regime, tornaria delicado o seu afastamento, ou simplesmente o desencoraja.
Segundo aquela publicação, nos últimos anos, supostamente por reflexo do estado de fadiga que denota, JES confiou a H Vieira Dias “Kopelipa” atribuições e competências demonstrativas do seu poder no plano político. Foi por sua vontade e/ou influência que ocorreram muitas das principais nomeações/saídas na última remodelação governamental.
O relatório, conforme faz saber, refere que Sebastião Martins, ex-ministro do Interior, foi afastado por vontade de H Vieira Dias “Kopelipa”; este condescendeu, porém, com a sua nomeação subsequente para o cargo de director do SINSE, mas a sua falta de confiança nele não garante que se mantenha no lugar por muito mais tempo.
O África Monitor (africamonitor.net), nota ainda que a confiança considerada “extrema” que JES deposita em H Vieira Dias “Kopelipa”, também é devida, como em geral se conjectura, ao facto de não ver no mesmo aspirações políticas, reais ou potenciais, nem condições para as alimentar. JES é vulgarmente considerado temeroso e desconfiado.