Malanje – O Comité Nacional da Liga da Mulher Angolana (LIMA) apela – na sua declaração tornada público nesta terça-feira, 18 – ao executivo de José Eduardo dos Santos a garantir a paz (conquistada com rios de sangue e lágrimas), estabilidade, a segurança e o respeito pelas vidas humanas face aos últimos tristes acontecimentos ocorridos nas províncias de Luanda, Huambo e Huíla.

Fonte: Club-k.net

Segundo a declaração (publicada na integra mais em diante) em nossa posse, o braço feminino da UNITA (maior partido da oposição em Angola) salienta que apesar de o país viver os 11 anos de paz “continua se registar factos que se traduzem na violação flagrante dos Direitos Humanos caracterizados por uma crescente onda de violência, raptos, desaparecimentos como é o caso de Isaías Kassule e Alves Kamulingui, assassinatos como os recentes casos de dirigentes da UNITA no Cacuaco, Paraíso, António Zola Kamuco e Filipe Chakussanga, bem como os três policias, e a Jovem bancária Barbara Nogueira e tantos outros”.

Por outro lado, a LIMA diz constatar com enorme preocupação que o “suposto” crescimento económico de Angola uma vez que não reflecte o desenvolvimento humano. Razão pela qual, a LIMA assegura – sem reticências – que os programas do executivo de combate a fome e à pobreza não está a reflectir o dia-a-dia do cidadão angolano. “Pois a maioria vive com um rendimento de apenas um dólar por dia”, reforçou.

A declaração garante ainda que “a situação económica e social das mulheres angolanas traduz-se na pobreza extrema, baixos rendimentos, desemprego, falta de habitação condigna, falta de água potável e energia”.

Razão pela qual “a maioria das mulheres passaram a dedicar-se ao mercado informal sem regras nem segurança física pois são vítimas das investidas dos agentes da ordem e dos fiscais dos governos provinciais”, frisou.

Sem mais delonga, acompanha na íntegra a referida declaração:

DECLARAÇÃO DO COMITÉ NACIONAL DA LIMA POR OCASIÃO DA FUNDAÇÃO DA LIGA DA MULHER ANGOLANA

A Liga da Mulher Angolana (LIMA) fundada a 18 de Junho de 1972, no Kutaho, Massivi, província do Moxico e ractificada pelo III Congresso do Partido em 1972, é uma organização feminina que congrega toda a mulher angolana membro e simpatizante da UNITA. Prossegue fins políticos e sócio culturais, económicos e filantrópicos.

A resistência contra a dominação colonial portuguesa conheceu várias etapas e também revestiu-se de várias formas de luta. Nesta resistência heróica cabe-nos destacar que em todos os momentos a Mulher Angolana esteve sempre presente.

Durante a longa noite colonial a situação da mulher é percebida sob um ângulo de subalternidade em relação ao homem na maior parte das sociedades cabia ao homem o direito à decisão, à palavra, ao conhecimento, condições nele reunidas que lhe garantiram a sua vocação “natural” ao poder e á sua suposta superioridade em relação à Mulher porquanto tal vocação porporcionava-lhe disponibilidade para se dedicar a uma série de actividades consideradas superiores.

Esta situação de dominação e subalternização explica a razão da criação da Liga da Mulher Angolana, Organização que permite á mulher participar de forma activa e consciente na luta de Libertação Nacional, condição da sua própria valorização, liberdade, dignificação e construir uma sociedade verdadeiramente justa e igual para todos. Neste longo percurso importa enaltecer e destacar as heroínas da LIMA que se bateram com galhardia demonstrando que as mulheres são capazes de assumir tarefas de responsabilidade tal qual os homens destacamos:

Eunice Sapassa, Vinona, Laurinda Chissako, Isalina Kawina, Augusta Sakuanda, Salomé Epólua Chinhama, Julia Mukumbi, Maria Deolinda Junia “Namukumbi”, Catarina Ululy, Donita Ngambo Thingui “Nassengunda” Julia Saliya e outtras.

No que concerne à participação da mulher na luta clandestina para o derrube do colonialismo Português, destacamos nomes como: Amélia Edite Epalanga, Delfina Nenê Chipeio, Tita Malaquias, Vitória Chipongue, Cecília Moreira, Maria Nakamela Constança Kulanda, Piedade Nassimba, Chimbili Guilhermina Mandele Chitekulo, Feia da Costa, Maria Rogério Kalungulungo, Maria Etossi Chinhama, Natália Kussia.

Muitas mulheres conheceram as masmorras da PIDE –DGS indo para as cadeias de S. Nicolau, Benteaba Missombo como: Violeta Chinguji, Maria Alimo e Celestina Jamba.

Outras destacaram-se como grandes activistas e mobilizadoras como: Judite Bandua que se notabilizou na área da educação introduzindo métodos modernos de ensino da língua francesa nas áreas libertadas da UNITA. Conceição Vunge, Madalena Kapamba vítimas do conflito pós eleitoral de 1992 em Luanda. Outras ainda vítimas da intolerância política: Maria da Conceição em Luanda na Petrangol, Paulina Chinossole no Huambo, e tantas heroínas anônimas que contribuíram para o engrandecimento da História da LIMA. A todas elas tendemos uma homenagem merecida.

Ao celebrar os 41 anos da existência da LIMA sob o Lema: “Mulheres Unidas em defesa da Democracia e dos Direitos Humanos em Angola”, Inclinamo-nos perante a memória do Saudoso Presidente Dr. Jonas Malheiro Savimbi que dizia citamos: “Mulheres do nosso País ! A vossa emancipação não deve ser uma dádiva dos homens mas sim a vossa conquista nas fileiras do combate”.

A LIMA através de implementação dos seus programas subscreve os objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

A LIMA constata com preocupação que o desenvolvimento económico de Angola não reflecte o desenvolvimento Humano. Os programas do Executivo de combate a fome e à pobreza não se reflectem no dia-a-dia do cidadão angolano, pois a maioria vive com um rendimento de apenas 1 dólar por dia.

A situação económica e social das Mulheres Angolanas traduz-se na pobreza extrema, baixos rendimentos, desemprego, falta de habitação condigna, falta de água potável e energia, a maioria das mulheres dedica-se ao mercado informal sem regras nem segurança física pois são vítimas das investidas dos agentes da ordem e dos fiscais dos governos provinciais.

O VIH/SIDA, as doenças sexualmente transmissíveis, a malária e a tuberculose vitimam muitas mulheres e crianças. O acesso aos serviços de saúde é deficiente. Não há educação de qualidade para as crianças e muitas delas estão fora do sistema de ensino.

Não obstante os 11 anos de Paz Angola continua a registar factos que se traduzem na violação flagrante dos Direitos Humanos caracterizados por uma crescente onda de violência, raptos, desaparecimentos como é o caso de Isaías Kassule e Alves Kamulingui, assassinatos como os recentes casos de dirigentes da UNITA no Cacuaco, Paraíso, António Zola Kamuco e Filipe Chakussanga, bem como os três policias, e a Jovem bancária Barbara Nogueira e tantos outros.
   
A LIMA apela ao Governo no sentido de garantir a paz, a estabilidade, a segurança e o respeito pelas vidas Humanas.

A LIMA Saúda o Presidente da UNITA Isaías Henrique Ngola Samakuva pela maneira sábia e clarividente como tem conduzido o Partido demonstrando ao mundo que só com a UNITA Angola e os Angolanos terão Paz Prosperidade e Desenvolvimento.

LIMA PATRIA
LIMA UNIDADE

O Comité Nacional da LIMA