Lisboa - O ministro angolano da Saúde revelou nesta quarta-feira, 31/07, em Coimbra, que vão ser formados nesta cidade técnicos de saúde angolanos, no âmbito da estratégia que Angola está a adoptar para reduzir a taxa de mortalidade materna e infantil.

Fonte: Lusa

O ministro José Van-Dúnem falava, numa conferência de imprensa, com o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Martins Nunes, depois de ter visitado o Centro de Simulação Biomédica (CSB) e a Unidade de Telemedicina do Hospital Pediátrico (UTHP) do CHUC.

“Impressionado com as possibilidades que o CSB apresenta, principalmente para resolver um dos problemas” com que Angola se confronta, “que é a formação rápida de enfermeiras parteiras”, José Van-Dúnem adiantou que a formação dos primeiros técnicos angolanos daquela área será iniciada “dentro de muito pouco tempo” (cerca de “15 dias”).

“Temos um compromisso até 2015” (altura em que vão ser “avaliados os objetivos de desenvolvimento” do país) e “queremos aproveitar este ciclo de quase dois anos” para "acelerar" o combate à mortalidade maternoinfantil, sublinhou

“Queremos formar 240 parteiras, numa primeira fase” (depois seguir-se-ão novas fases) e outros técnicos de saúde, mas “começamos pelas parteiras” porque essa estratégia “deu bons resultados noutros lados”, como “em Portugal”, e, portanto, vamos replicar” ações que “já funcionaram bem”.

Angola está a “fazer um esforço gigantesco para a reconstrução e a área da saúde” é uma “prioridade absoluta do executivo”, o que implica “investir na formação de técnicos de saúde” e “no caso concreto” do combate à mortalidade maternoinfantil, de enfermeiras parteiras, que “deverão estender a sua atividade ao longo do país”, sustentou o governante angolano.

A taxa de mortalidade maternoinfantil em Angola é de “140 por mil”, uma “taxa muito alta”, reconhece o ministro angolano da Saúde, sublinhando que, no entanto, esse índice já foi superior a 400/por mil – então Angola “estava em guerra”, “mais de 70% da rede sanitária estava destruída” e “os profissionais de saúde estavam concentrados”, essencialmente por motivos de segurança, nos grandes centros do litoral, explicou.

“Felizmente a tendência tem sido a redução” daquelas taxas e “queremos acelerá-la”, salientou José Van-Dúnem. Durante a visita do ministro angolano à UTHP, instalada no “moderno e muito bem equipado” Hospital Pediátrico de Coimbra, decorria “uma teleconferência” entre este estabelecimento e o “Hospital Pediátrico David Bernardino, em Angola, para discutir um caso de cardiologia pediátrica”, revelou José Van-Dúnem.

Esta “feliz coincidência” revela que “a cooperação” nesta área, entre Coimbra e Angola, “já vem de longe e que se tem vindo a consolidar”, sustentou o governante angolano, manifestando votos para que com “esta [sua] visita se acentue essa cooperação”.