Lunda Sul – A Sociedade Mineira do Catoca foi afectada pela quebra do preço do diamante, em 2012, e teve lucros de 131,7 milhões de dólares, face a 141,6 milhões em 2011, uma quebra de cerca de 7%. Entretanto, a concessionária de exploração de diamantes deverá distribuir na íntegra o seu lucro do ano passado aos accionistas, conforme revela o relatório e contas da empresa relativo a 2012.

Fonte: Expansão
A Catoca, que é o quinto maior produtor mundial de diamantes e o primeiro em Angola (857% em volume e 64,1% em valor), é detida em partes iguais (32,8% pela Endiama e pela russa Alrosa, tendo a brasileira Odebrecht uma participação de 16,4%. Os restantes 18% pertencem à chinesa LLI Holding BV. Aplicando estas percentagens aos lucros de 2012, a Endiama e russos da Alrosa recebem 43,2 milhões cada, os chineses da LLI 23,7 milhões e os brasileiros da Odebrecht 21,6 milhões.

Os dividendos aos accionistas por conta dos resultados de 2012 superam em 35% os que forem entregues no ano passado (97,619 milhões de dólares) e no anterior (93,118 milhões de dólares). Em 2012, explica o documento, as vendas caíram em cerca de 32 milhões de dólares face ao ano anterior, para 579 milhões de dólares, resultado do abrandamento do nível de preços de diamantes (na Catoca esta baixa atingiu 5%) devido à instabilidade nos Estados Unidos da América e Europa e ao abrandamento do crescimento da China e Índia.

O documento destaca que, em 2012, a empresa investiu em novas concessões, tanto ao nível da disponibilização de equipamentos para prospecção e desenvolvimento da operação, colmo também pela disponibilização de mão-de-obra da Catoca para o efeito. Sublinha ainda os progressos que têm sido feitos no Luemba e nas novas concessões do Gango, Gambo, Luangue, Luaxe, Quitubia, Tchiafua e Vulege.

No ano passado, a empresa aumentou a sua produção, atingindo um valor de massa mineira superior ao previsto (+4%) e ao realizado no ano anterior (+29%), cifrando-se em 18,5 milhões de quilates, dos quais 13,5 milhões de metros cúbicos estéreis e 5 milhões de minérios foram removidos.

Para este ano, explica o director-geral da empresa, José Ganga Júnior, as metas, no âmbito do Plano Visão 2020, são aumentar a eficiência operacional, controlar custos, aumentar as reservas em diamantes através da prospecção de novas oportunidades em Angola e no estrangeiro, assim como aumentar a intervenção da Catoca no processo de negociação de diamantes.

A empresa pretende ainda optimizar os processos da organização e concluir a sua certificação, capitalizar os investimentos efectuados em sistemas de informação, aumentar as competências internas, reforçar o impacto social e o foco na sustentabilidade.

O mercado de diamantes brutos em Angola ascendeu, em 2012, a cerca de 922,9 milhões de dólares, para um total de 7,8 milhões de quilates, segundo a SODIAM (Sociedade de comercialização de diamantes de Angola). Porém, o mercado de diamantes vai continuar a caracterizar-se por uma procura superior à oferta, estimando-se que, em 2020, este rácio seja de 1,4.