Lisboa – O comandante da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) lembrou nesta segunda-feira, 05, os sacrifícios que há 50 anos são "impostos desnecessariamente" ao povo cabindês, e apelo à união numa altura em que a luta está "numa encruzilhada".


Fonte: Lusa
Numa mensagem alusiva à celebração dos cinquenta anos da fundação da FLEC, que hoje se assinalam, o comandante António Luís Lopes refere que "nunca" a organização e os cabindeses "precisaram de tanta união, discernimento e serenidade do que agora que a luta está numa encruzilhada, enfrenta e exige novos desafios, novas opções e novas escolhas eficazes, inteligentes e coerentes".

No documento, ao qual a agência Lusa teve acesso, o dirigente da mais antiga organização independentista do enclave faz "um vibrante e patriótico apelo" para que o povo cabindês continue a lutar pelo "direito inalienável e imprescritível" que é a independência do território.

"Faço um vibrante e patriótico apelo para que a chama imensa dos nossos corações ávidos de liberdade e de justiça e que a vontade colectiva dos nossos pais, plasmada nos providenciais textos do Tratado de Simulambuco, permaneça bem firme tal como o direito inalienável e imprescritível do povo de Cabinda à independência, á semelhança do Sudão do Sul e de Timor Leste, se torne tão rapidamente quanto possível, uma realidade", lê-se na mensagem.

O comandante António Luís Lopes, que assina a nota "na qualidade de Presidente do Governo de Cabinda no exílio e da F.L.E.C", agradece a todos os que, "apesar das adversidades e desafios de vária ordem", souberam e ainda sabem "preservar a dignidade e a honra de ser Cabindês".

Isto apesar das "adversidades e desafios de vária ordem com que a organização e o povo de Cabinda se confrontam na longa e penosa caminhada para a liberdade e à independência, a paz e progresso", acrescenta o responsável.

António Luís Lopes lembra que nos últimos cinquenta anos "enormes e santos e cruéis sacrifícios foram impostos, desnecessariamente, ao povo de Cabinda, pelo país ocupante, Angola", mas garante que com a união de todos será possível levar a bom porto a luta do povo cabindês. "Unidos venceremos", garante o comandante das FLEC.

O enclave de Cabinda tem sido palco desde a independência de Angola, em Novembro de 1975, de uma luta pela independência, desencadeada ao longo dos anos por diferentes facções cabindas.

Separada de Angola pelo rio Congo, Cabinda possui significativos recursos naturais, em que as reservas petrolíferas representam cerca de metade da produção diária de quase 1,8 milhões de barris de petróleo angolanas.